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31 anos do jornal o Mirante

O MIRANTE não é um jornal do PS *

Na passada semana, no dia do fecho do jornal, depois de uma jornada que só acabou às quinze horas, almocei a correr e fui a correr ainda mais depressa para a gráfica onde imprimimos O MIRANTE. O jornal cresce, a equipa cresce, tudo vai crescendo devagarinho. Só quando surgem as contrariedades é que nos lembramos que quanto mais subimos maior é a queda. Com as três edições a caminho da gráfica pelas estradas virtuais fomos em equipa pela A1 a 139 à hora tentar perceber mais uma vez as razões para a má impressão do jornal, as fotos sem qualidade, as cores alteradas, os planos sobrepostos que desvirtuam as imagens, as contrariedades no mailing que atrasam a chegada do jornal aos assinantes, enfim, mil e um problemas que se escondem numa organização que deveria ser perfeita tendo em conta o preço que pagamos.Eram seis e meia quando saí a correr da gráfica e dei um salto à praia de Oeiras. Como estava ali perto resolvi acabar o meu dia esticado ao sol. Até às nove horas pareceu-me que passou uma eternidade e a sensação foi de que sentia-me compensado depois de um dia duro de trabalho.Foi o sentimento do dever cumprido que me fez voltar atrás no tempo e recordar mais uma vez a imagem que guardo do antigo director do jornal da minha terra, que eu conheci quando ainda era muito jovem, e com quem colaborei dirigindo uma secção do jogo de damas.Na altura em que o jornal era impresso em Rio Maior, cruzei-me várias vezes com o senhor António Bento na estrada entre a Chamusca e Santarém quando ele, na sua vespa, que não devia dar mais do que 50 à hora, cumpria sozinho uma função que, hoje, eu e os meus companheiros de trabalho também cumprimos religiosamente: escrevemos, fotografamos, editamos, paginamos, filmamos, vamos discutir para a gráfica os problemas das novas tecnologias japonesas, enfim, fazemos tudo e mais um par de botas. A grande diferença é que temos menos tempo para viver a nossa vida e mostrar bom trabalho.Deitado na areia da praia de Oeiras, depois de um dia filho da mãe, ainda tive tempo para fazer três telefonemas para provocar notícias e, um deles, quem sabe, para nos abrir novos horizontes para continuarmos a crescer mesmo sabendo que quanto maior for a subida maior será a queda.433 foi o número de anúncios pagos que publicamos na última edição de O MIRANTE o que corresponde, mais coisa menos coisa, a 50 páginas de publicidade numa edição que se publicou com 96 páginas. Não conheço outro jornal que se publique no mercado português que mostre trabalho como nós mostramos. E é certo que não vamos ficar ricos. Mas é assim que, desde sempre, nos defendemos dos sacanas que vivem dos honorários do contrabando político com os bolsos cheios a rasgarem-lhes as entranhas, os rins e o baço.* Na próxima semana, fica prometido, acabo com esta história que me tem estragado os títulos da minha crónica.JAE

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