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Autoridades fazem “pouco ou nada” para combater pesca ilegal do meixão

Autoridades fazem “pouco ou nada” para combater pesca ilegal do meixão

Amigos do Tejo denunciam crime económico e um crime ecológico grave
A Associação dos Amigos do Tejo acusa as autoridades competentes de fazerem “pouco ou nada” para combater a pesca ilegal do meixão. “São conhecidos perfeitamente os portos onde esta mercadoria é desembarcada, sabem-se perfeitamente as estradas por onde os carros que a transportam passam. Nem era preciso fazer rusgas na água”, considera Carlos Salgado, presidente da associação.Carlos Salgado considera que uma “operação stop”, com apreensões do carro, do condutor e do pescado teria mais resultados do que as fiscalizações marítimas. O presidente da Associação dos Amigos do Tejo afirma ainda que a pesca ilegal do meixão é um “crime económico” e um “crime ecológico” grave.“Este produto é contrabandeado, não há lotas, não há facturas e portanto toda esta operação está ligada a uma organização espanhola que absorve toda a captura. Além disso é um crime ecológico bastante elevado”, uma vez que está a condicionar a multiplicação da espécie.O major Joaquim Nunes, do Comando da Guarda Nacional Republicana de Santarém, contrapõe, que “com os meios disponíveis”, têm sido feito algumas operações em que se inutilizam as redes apreendidas, acrescentando que, só na zona controlada pelo comando de Santarém, estima-se que existam no rio Tejo cerca de 150 redes. O chefe Cardoso, da Capitania do Porto de Lisboa, afirma que há algumas redes organizadas” que se dedicam a este tipo de pesca e adianta que “há informações de que “quem comprava o meixão era também quem fornecia as redes aos pescadores” um indício claro de uma estrutura organizada. Entre Outubro de 2008 e Março de 2009, a Polícia Marítima realizou 16 operações de fiscalização no rio Sorraia, um afluente do Tejo, tendo sido apreendidas e destruídas 61 redes e cerca de nove quilos de meixão foram devolvidos ao seu habitat. O chefe Cardoso disse que foram sendo repostas algumas redes e que a Polícia Marítima não conseguiu identificar nenhum pescador.A enguia está sinalizada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal com uma espécie em perigo, sendo um dos principais factores de ameaça “a sobrepesca de juvenis de enguia, o meixão, actividade que se encontra integrada num comércio internacional e que, apesar de proibida em todas as bacias hidrográficas nacionais (à excepção do rio Minho), continua a ser praticada de forma ilegal”, lê-se no Livro.A nível europeu, também é reconhecida a ameaça da espécie, que está registada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês) como uma espécie em risco.
Autoridades fazem “pouco ou nada” para combater pesca ilegal do meixão

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