Polémica em volta da construção do Museu Ibérico de Abrantes
Num projecto desta grandeza não bastam apenas convicções do técnico. Eu conheço o projecto e não é possível construir uma torre de 46m de altura ao lado de um convento classificado. É um atentado contra o património porque irá destruir por completo a última cerca conventual da cidade, que faz parte para a compreensão do espaço cenobítico. O projectista fere de morte o Património urbanístico e paisagístico, retirando por completo a leitura do canto dominicano. Não existem acessos possíveis naquele local, por isso o interpelei nesse sentido e ele concordou, dizendo que não existiam acessos mas que iriam pensar nisso! É um projecto sem a mínima sustentabilidade e há que ter em atenção a irreversibilidade da obra.A cidade já tem o seu ex-libris, este “seria” o super-libros do arquitecto e a cidade não necessita de mais torres no centro histórico. É um ditador,pois impõe aos outros sem saber explicar sequer o que faz. Mentiu ao dizer na sessão de esclarecimento, que a muralha onde “iria” intervir era Vauban. Ora nunca este famoso francês trabalhou na fortificação de Abrantes! Ter visão é fazer crescer a cidade noutros locais e não amputá-la na sua memória colectiva.PFT - Mestre em Património Histórico Paulo Falcão Tavares
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