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Joaquim Rosa do Céu: o Príncipe Perfeito

Lenine passou os últimos dias da sua vida a caçar rouxinóis à pedrada. As imagens estão num filme de um jovem realizador russo que mostra um Lenine de traços rígido e apopléctico. Levaram-no para um sítio na Crimeia, na Primavera, para a beira de um lago, ao sol, esperando que aí se sentisse bem. Mas os rouxinóis roubavam-lhe o sono todas as manhãs. Então certa manhã precipitou-se para o jardim e começou a perseguir os rouxinóis. Agarrou em pedras que lhes atirava. De súbito sentiu que não era capaz de levantar as pedras: paralisara. Era a vingança elegante -leve como um sopro, mas implacável- dos rouxinóis sobre o grande revolucionário, que não podia suportar o seu canto.O relato vem no novo livro do escritor Imrer Kertész (prémio Nobel 2002) e serve às mil maravilhas para retratar o estado de espírito do ex-presidente da Câmara de Alpiarça, Joaquim Rosa do Céu. No dia em que O MIRANTE publicou um texto sobre eventuais favorecimentos do ex-presidente da câmara ao seu pai, agente imobiliário com negócios no concelho onde o filho era o “manda-chuva”, O MIRANTE passou a inimigo público do autarca alpiarcense. O caso acabou em nada, como aliás acabam todos estes casos depois de muitos anos em tribunal. Mas O MIRANTE, no seguimento do que fizeram outros órgãos de comunicação social, não escondeu a notícia. Pelo contrário: demos a visibilidade que o caso merecia não deixando de fazer também, como é nossa prática, o contraditório. Mas as pedradas de Rosa do Céu contra O MIRANTE nunca mais pararam. Impotente para fugir aos jornalistas da casa que acompanham a vida política local e regional, Rosa do Céu porta-se como um Lenine da política quando as notícias não lhe agradam e perde a cabeça quando vê uma máquina fotográfica nas mãos de um jornalista de O MIRANTE.Procurando responder a uma crónica publicada recentemente neste espaço, e a um texto publicado na secção Cavaleiro Andante, onde lhe chamamos o Príncipe Perfeito, Rosa do Céu publicou como publicidade paga no jornal O Ribatejo o mesmo texto ofensivo que recentemente também conseguiu publicar neste jornal com a ajuda de uma entidade reguladora ao serviço do PS de que Rosa do Céu faz parte.Às críticas que lhe fiz, e faço, por ser um político medroso, calculista, paranóico, com a mania da perseguição, incapaz de ser solidário, movimentando-se no meio partidário como um gestor de luxo, um Príncipe Perfeito, Rosa do Céu respondeu com insinuações dirigidas à minha pessoa que se não fossem o espelho da sua personalidade seria caso para dizer que o homem está louco.Depois da publicação do texto recebi uma dezena de telefonemas solidários de dirigentes do Partido Socialista da região, alguns deles de pessoas que se sentam nas mesmas tribunas políticas de Rosa do Céu. Não faço uso desses nomes por razões que os leitores compreenderão. Mas deixo o registo nem que seja para dar conta que ainda há gente séria e lúcida no PS, que sabe diferenciar as notícias e as opiniões das calúnias. JAE

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