Miguel Relvas acredita que vai ser confirmado como cabeça de lista no círculo de Santarém
“Um grande partido como o PSD distingue-se dos outros por aceitar a pluralidade e a divergência”, diz
Miguel Relvas não apoiou a candidatura de Manuela Ferreira Leite à liderança do PSD mas acredita que vai ser confirmado como cabeça de lista do partido em Santarém. O ex-secretário de Estado da Administração Local foge ao tema da regionalização dizendo que a solução é um Estado ágil e eficiente e fala da escolha de ex-elementos da equipa de Moita Flores pelo PS, para a lista de candidatos a Santarém, dizendo que aquele partido se transformou no “carro vassoura” do PSD.
Foi escolhido para cabeça de lista no distrito de Santarém nas próximas eleições legislativas. Acredita que essa escolha vai ser confirmada?Fui votado, e de forma expressiva, por aqueles que representei ao longo dos últimos 4 anos. E fico feliz pela inequívoca vontade política demonstrada, quer pelas pessoas individualmente, quer pelas estruturas do partido encabeçado por Vasco Cunha que tem liderado o PSD com uma acutilância e sentido de oportunidade política de realçar. Contudo, essa é uma questão que será decidida pela Comissão Política Nacional e pela presidente do PSD.Não tendo apoiado a actual líder acha que isso o irá prejudicar? Não acredito. É salutar que nos partidos políticos existam espaços de pluralidade e divergência. E, aliás, essa é a diferença entre um pequeno e um grande partido político.Pedro Passos Coelho é o líder do futuro e o próximo primeiro-ministro? Pedro Passos Coelho tem todas as condições para no futuro desempenhar funções políticas e públicas relevantes. É um dos mais brilhantes políticos da sua geração.Como é que concilia a sua vida de administrador de empresas com a vida de deputado?Com muito trabalho que passa, entre outros, por começar o dia às sete horas da manhã. Por outro lado, considero fundamental que, na vida política, aqueles que desempenham cargos não executivos exerçam simultaneamente uma actividade profissional, para que não exista uma dependência estrita da política. Mais importante ainda, e como costumo dizer, eu não sou deputado, estou deputado!Quando foi secretário de Estado não quis divulgar publicamente as dívidas das autarquias pondo a solidariedade com os autarcas à frente dos interesses do país. Qual foi a razão?Ontem como hoje, entendo que o Poder Local é de uma valia indiscutível na resolução dos problemas das nossas populações, devendo portanto evitar-se um confronto estéril e inútil com a Administração Central. Continuo a acreditar que a proximidade do Poder Local face às populações é um factor de eficiência acrescida comparativamente ao distanciamento dos governos. Quero, no entanto, referir que as dívidas das autarquias foram divulgadas, tendo-se, aliás, iniciado um processo muito forte de controlo do endividamento e da despesa pública das autarquias locais. No tempo em que foi Governo conseguiu dividir os autarcas socialistas com a sua ideia, que acabou por ir avante, de criar duas comunidades urbanas em vez de uma área metropolitana? Ainda tem muitos amigos dessa altura nomeadamente no PS? E os inimigos voltaram a ser amigos?Mantenho vários amigos. E diria que muitos daqueles que contestaram a minha visão baseados exclusivamente numa visão partidária e “aparelhística”, se fosse hoje, e com a experiência de um Governo tão centralista, estariam do meu lado.O que é que diz às críticas de Moita Flores que acusa a CCDR do Alentejo de discriminar os municípios do Ribatejo?Tem toda a razão. O Governo e o PS ainda não digeriram a derrota em Santarém e não conseguem perceber que o país ganha com um poder local forte e autónomo.A propósito: o que acha do trabalho de Moita Flores em Santarém?Uma obra que prestigia Santarém e enche de orgulho do PSD.E como vê a constituição das listas do PS com dois nomes em três das pessoas que ocupam os primeiros lugares que de uma forma ou de outra estiveram ligadas ao PSD de Santarém?É triste, muito triste, ver aquele que foi o partido maioritário na capital de distrito durante trinta anos transformado em “carro vassoura” do PSD. Espero que o PS, e em particular o seu “interessante” líder distrital, Paulo Fonseca, percebam que têm de começar de novo para voltar a ser alternativa. E que esta será sempre positiva para o nosso distrito.Vai continuar a ser candidato à Assembleia Municipal em Tomar por uma questão de obrigação partidária, ou porque continua muito ligado à sua terra?Continuo ligado e sinto orgulho e vaidade pessoal em ser presidente da Assembleia Municipal de Tomar, o cargo público que mais gosto de exercer.Criticou há pouco a política centralista do governo PS. Chegou a altura de defender uma reforma profunda da administração pública e aprovar a realização de um referendo para a regionalização ?Portugal não precisa de mais Estado, mas de melhor Estado e esta grave crise mundial demonstra a importância de termos um Estado ágil e eficiente.É triste, muito triste, ver aquele que foi o partido maioritário na capital de distrito durante trinta anos transformado em “carro vassoura” do PSD. * * *Continuo a acreditar que a proximidade do Poder Local face às populações é um factor de eficiência acrescida comparativamente ao distanciamento dos governos.* * *Continuo ligado e sinto orgulho e vaidade pessoal em ser presidente da Assembleia Municipal de Tomar.* * *Portugal não precisa de mais Estado, mas de melhor Estado e esta grave crise mundial demonstra a importância de termos um Estado ágil e eficiente
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