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Moradores convivem com esgoto à porta de casa nos Casais Vale do Brejo

Moradores convivem com esgoto à porta de casa nos Casais Vale do Brejo

Problema arrasta-se há 14 anos apesar de já existirem caixas de saneamento no local

Um esgoto a céu aberto passa entre moradias nos Casais Vale do Brejo, concelho da Azambuja. O problema já se arrasta há 14 anos, apesar de existir no local uma caixa de ligação à rede de saneamento. A autarquia diz que está a estudar as soluções.

A porta da vivenda de José Custódio dos Santos, nos Casais Vale do Brejo, Aveiras de Cima, concelho da Azambuja, é atravessada por um esgoto que, mesmo ali ao lado, corre a céu aberto, proveniente de outras habitações. Quando o tempo seca a água rapidamente deixa para trás um rasto branco e umas lamas que começam a cheirar mal e a atrair toda a espécie de animais transmissores de doenças. Ainda que as águas que ali correm sejam unicamente provenientes de duches, lavatórios e máquinas de lavar louça de vizinhos, José Santos diz que o cheiro é “insuportável” e que os mosquitos são atraídos às centenas. O residente lamenta que o problema se arraste há mais de 14 anos e apela à autarquia para resolver a situação de vez.“É grave sobretudo agora de Verão com o calor e o tempo húmido em que as águas ficam paradas. Nós não conseguimos ficar aqui no quintal. É só mosquitos e mau cheiro”, lamenta o morador a O MIRANTE. Na sua casa não há, por enquanto, ligação a uma rede de saneamento, apesar de já existirem caixas de ligação em cada uma das vivendas da rua onde vive. Por enquanto, há semelhança de outros moradores, José Santos canaliza todos os seus esgotos para uma fossa, que tem de ser despejada frequentemente por um camião cisterna da Câmara Municipal da Azambuja.“Tenho 71 anos e às vezes quero estar aqui no meu quintal e não posso com os cheiros que isto deita. Queria arranjar a frente da minha casa mas como as águas me correm ali à frente nem vale a pena”, lamenta o nosso interlocutor, admitindo que “às sextas-feiras é sempre pior que nos outros dias, há mais descargas, talvez por causa dos banhos e lavagens”. José afiança que já interpelou a autarquia várias vezes no sentido de arranjar uma solução para o problema, que poderia passar pelo enterramento do actual percurso do esgoto ou pela conclusão das ligações à rede de saneamento. José Santos diz lamentar a actuação da autarquia, também, por falta de respeito à palavra dada. “Há na câmara um senhor que há quase 10 anos me pediu o meu numero de telefone para vir ver o que se passava mas até hoje nunca mais me ligou, apesar de eu insistir”, lamenta.A situação de José Santos não é a única da sua rua. Mais abaixo encontram-se moradores com problemas semelhantes. “Já viu o que é levantar de manhã para ir trabalhar e ver um mar de porcaria à sua frente? Isto não cabe na cabeça de ninguém! Em que país vivemos, afinal?”, acusa Maria dos Anjos Ferreira, moradora. Para a sua vizinha, Odete, existe outra explicação.“O carro da câmara demora muitos dias a vir esvaziar as fossas, depois os moradores não têm outra solução senão mandar a porcaria para a rua. Há aqui uma fossa que mal é limpa fica logo cheia, vê-se tudo a boiar”, explica.Segundo Luís de Sousa, vice-presidente da Câmara Municipal da Azambuja, o problema tem solução e está a caminho. “Não são esgotos, são águas usadas nas máquinas de lavar roupa. O local tem caixa de esgotos mas temos de ver o que se passa no local para podermos proceder à canalização”, explica o autarca, que afiança que vai ser dada atenção ao problema dos moradores.
Moradores convivem com esgoto à porta de casa nos Casais Vale do Brejo

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