Se comprar ou vender um automóvel na cidade de Vila Franca de Xira e precisar de efectuar de imediato a alteração do título de registo de propriedade é obrigado a deslocar-se aos concelhos vizinhos, como Arruda dos Vinhos ou Azambuja. Tudo porque a conservatória da cidade, sede de concelho, está a servir apenas como intermediária em todo o processo e não realiza essa operação na hora. O problema arrasta-se há mais de dois anos e não tem solução à vista.“Aqui só recebemos os documentos, ou seja, ficamos com o título de registo de propriedade e o livrete do carro e tratamos dos restantes papéis, mas não fica pronto na hora. O processo é enviado para Lisboa e a pessoa tem de aguardar uns dias e voltar”, informa uma funcionária da conservatória de Vila Franca de Xira a O MIRANTE. Os funcionários têm sugerido aos clientes que recorram aos serviços de outras conservatórias onde o processo pode ser facilmente feito na hora, como Azambuja ou Arruda dos Vinhos, significando a realização de um percurso que pode chegar a mais de 60 quilómetros, ida e volta. “As pessoas quando vendem um carro querem passa-lo de imediato para o nome do novo proprietário porque muita gente aproveita-se da boa fé de quem vende para circular com o carro em nome do antigo dono durante meses, recaindo sobre ele todas as multas ou responsabilidades inerentes à condução da outra pessoa com quem ele já nem sequer tem qualquer relação”, acrescenta uma funcionária da conservatória da Azambuja.Tal como O MIRANTE confirmou em Azambuja e Arruda dos Vinhos o processo pode ser feito na hora e sem quaisquer complicações. Por que motivo o mesmo não pode ser efectuado na cidade de Vila Franca de Xira é algo a que o Instituto dos Registos e Notariado não deu resposta, apesar dos insistentes pedidos.Os condutores de Vila Franca vão tendo como alternativa os notários privados, onde o processo até sai mais barato mas, mesmo sendo feito pela internet, não dispensa o envio de documentação para Lisboa. “Acho que não faz grande sentido uma cidade como Vila Franca de Xira, ainda por cima sede de concelho, não ter um registo automóvel na hora, como acontece noutros locais. E o pior é que não temos nenhuma alternativa em todo o concelho, temos sempre de ir para fora”, lamenta Luís Silva, morador na cidade.