Alice Santos é auxiliar de fisioterapia há mais de duas décadas
Uma profissão fisicamente muito exigente
Alice Santos sempre se sentiu fascinada por profissões em que fosse necessário trabalhar com as mãos. Na altura em que estava a terminar o 12º ano descobriu, através de familiares, que havia um curso de auxiliar de fisioterapia e resolveu experimentar. Concluiu o curso e estagiou numa clínica em Lisboa onde trabalhou durante um ano. Quando soube de uma vaga numa clínica em Santarém concorreu e voltou para junto da família.Ana Isabel Borrego
Natural de Benfica do Ribatejo, concelho de Almeirim, Alice Santos, 43 anos, vive em Santarém há mais de duas décadas. É auxiliar de fisioterapia há 23. O seu trabalho consiste em fazer massagens terapêuticas e massagens de estética. Cada uma tem a sua técnica, explica. A massagem estética inclui drenagem linfática - faz com que os líquidos que o organismo retém não fiquem acumulados no nosso corpo - relaxamento, anti-celulite e de gordura. Por outro lado a massagem terapêutica, que demora, em média entre 45 minutos a uma hora, tem como objectivo melhorar a condição física das pessoas.“O primeiro passo antes de iniciar uma massagem terapêutica é localizar a dor. Normalmente a pessoa já vem com o diagnóstico feito pelo médico. Após a primeira sessão de uma massagem terapêutica é possível que a pessoa sinta algum desconforto no músculo que foi trabalhado uma vez que foi mexido e fica dorido. Só passadas duas ou três massagens é que começa a aliviar a dor”, explica.Ao contrário do que as pessoas possam pensar, não são os mais velhos que procuram as massagens terapêuticas. A partir dos 30 anos começam a aparecer jovens a queixarem-se com dores. Alice Santos explica que o problema é não existirem boas condições de trabalho. “Muitos jovens trabalhadores passam muitas horas em pé ou, pelo contrário, todo o dia sentados ao computador e isso reflecte-se no corpo”, esclarece.Segundo Alice Santos não é qualquer um que pode fazer massagens. Há uma técnica a aprender e, mais importante, é preciso gostar porque, diz, é uma profissão muito exigente. A auxiliar de fisioterapia conta que muitas vezes chega a trabalhar 12 horas seguidas com apenas uma hora de descanso. E sempre de pé.“É um trabalho desgastante. Tenho clientes que me perguntam se eu não chego ao final do dia com os braços todos doridos. Para mim o maior problema não são os braços mas sim as pernas que não descansam. À noite quem precisa de uma massagem sou eu, mas limito-me a passar um creme nas pernas para relaxar”, confessa, acrescentando que quando se sente muito cansada pede a uma colega de profissão para lhe fazer uma massagem.Alice Santos sempre trabalhou em massagens de estética mas considera que desde há cerca de cinco anos a esta parte tem havido um grande aumento na procura daquele tipo de tratamento. Segundo ela isso deve-se à maior preocupação que a mulher tem consigo própria e com o seu bem-estar. A auxiliar de fisioterapia não encara a sua profissão como mais um trabalho. Gosta do que faz e é com orgulho que refere que mantém laços de amizade com os seus pacientes. “Não sou amiga íntima de todos mas somos amigos e muitos aproveitam o momento em que estamos nas massagens para conversarem. Costumo dizer que sou também psicóloga. Mas as conversas que nascem no gabinete de atendimento morrem também aqui”, diz.A partir de Setembro, Alice Santos vai voltar a apostar nas massagens ao domicílio em Santarém, executando sobretudo massagem terapêutica às pessoas que estão acamadas e não podem sair de casa. Este foi um trabalho que Alice Santos já fez mas que por falta de tempo abandonou e que pretende retomar novamente.“Agora que vou mudar de instalações vou ter outro tipo de disponibilidade que me permite voltar a esta vertente da minha profissão. É muito recompensador porque podemos ajudar pessoas que por motivo de doença não saem da cama e para as quais é fundamental que exercitem os músculos para que estes não atrofiem”.A massagem terapêutica, que demora, em média entre 45 minutos a uma hora, tem como objectivo melhorar a condição física das pessoas.
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