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Funcionários da IFM/Platex avançam para suspensão de contratos

Funcionários da IFM/Platex avançam para suspensão de contratos

Medida permite-lhes passar a receber o subsídio de desemprego
Os trabalhadores da IFM/Platex, de Tomar, que estão em ‘lay-off’ desde Abril, decidiram em plenário avançar para a suspensão dos contratos de trabalho até receberem os ordenados em atraso que a empresa lhes deve. Segundo um dos trabalhadores da empresa, António Basílio, já cerca de cinco dezenas de colegas seus passaram pelas instalações da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais para serem apoiados pelo sindicato a preencher e enviar a carta de suspensão do contrato de trabalho. Segundo a mesma fonte, é esperado que “a grande maioria” dos cerca de 200 trabalhadores que estão em situação de ‘lay-off’ recorra à referida suspensão de contratos que lhes permite passar a receber o subsídio de desemprego, sem perderem no entanto o vínculo laboral à empresa, podendo retomá-lo assim que lhes sejam pagos os valores dos vencimentos em atraso desde Junho.Segundo António Basílio, a empresa tem oito dias úteis, após receber a suspensão dos contratos, para pagar os valores em dívida aos trabalhadores. Caso isso não aconteça, as suspensões de contrato tornam-se efectivas e os trabalhadores que a elas recorram passam a receber do subsídio de desemprego e não são obrigados a apresentarem-se para trabalhar.Recorde-se que a IFM/Platex interrompeu a laboração a 11 de Abril e desde 26 de Maio que tem em vigor um sistema de lay-off a meio tempo, em que os cerca de 200 funcionários estão divididos em dois grupos, cada um deles a trabalhar durante 15 dias e a parar nos restantes 15 dias, de forma rotativa.Para este trabalhador da Platex, o recurso à suspensão de contratos foi “uma solução extrema”. “A corda esticou até ao limite e não aceitamos mais promessas atrás de promessas. Eu não posso ir ao supermercado e pagar com promessas. Não posso ir pagar a água e a luz com a paciência que nos pede a empresa”, afirmou António Basílio. Segundo o mesmo trabalhador, não tem sido possível aos funcionários da empresa falar com a administração para lhes expor o seu problema. Também a agência Lusa tentou o contacto com a administração, o que se revelou impossível até ao momento. “Os trabalhadores querem saber se a empresa já recebeu a parte dos nossos salários que vêm da Segurança Social e que já nos deviam ter sido pagos”, salienta António Basílio. Numa situação de ‘lay-off’, é a Segurança Social que assegura dois terços (cerca de 70 por cento) do salário dos trabalhadores, cabendo à empresa os restantes 30 por cento. A IFM/Platex tem justificado a paragem na produção com a falta de liquidez para a aquisição de matérias-primas e, por isso, a empresa pediu mesmo ao Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação uma verba de 5 milhões de euros para retomar a produção, uma situação que se encontra pendente e que, segundo declarações de uma fonte do Governo Civil de Santarém, ainda continua em análise, não havendo para já uma resposta.
Funcionários da IFM/Platex avançam para suspensão de contratos

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