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O homem que comanda o destino da mercadoria

Sérgio Silva tem 32 anos e é transitário numa empresa multinacional

Não é uma profissão rotineira e é mesmo por isso que é aliciante, diz Sérgio Silva, residente em Alverca, concelho de Vila Franca de Xira. É transitário numa multinacional que realiza transportes por ar, mar e terra. “Todos os dias a pessoa é posta à prova”, conta-nos.

Quando O MIRANTE pergunta a Sérgio Silva a sua rotina do dia-a-dia, ele responde-nos que não tem maneira de nos dizer. “Todos os dias é diferente. Basta um telefonema para que tudo mude numa manhã e todo o plano de trabalho para esse dia fique alterado”, conta-nos.Este homem de 32 anos reside em Alverca e trabalha numa firma multinacional de transportes. Sérgio é transitário, ou seja, um profissional que coordena e organiza transportes. Se houver um cliente que necessita de fazer um transporte de um destino para o outro, dentro e fora da Europa, Sérgio é a pessoa que lá está para apoiar o cliente e assegurar que a mercadoria chega ao destino. Tem ainda a responsabilidade de realizar grupagens de forma a que um único veículo possa levar mercadorias de diversos clientes, desde que para o mesmo destino. “Por exemplo, num camião que vai para a Alemanha realizar 3 descargas podemos levar mercadorias de vários clientes”, explica Sérgio. O transitário escoa mercadoria por vários meios, desde o ar (avião), mar (navio) e terra (comboio e camião). “A nível de fluxo de carga, o contentor marítimo é o que alberga uma maior capacidade e estrutura. “Eu estou mais virado para o overland, ou seja, o transporte de camião. Em Portugal o transporte ferroviário não se pratica em grande quantidade porque não há estruturas para isso”, conta. Sérgio Silva está actualmente a chefiar um departamento de transportes de camião para toda a Europa. Depois de se levantar por volta das 07h30, Sérgio faz-se à estrada para entrar ao serviço por volta das 08h45. Começa por tratar das solicitações de transporte, planeamentos, reclamações, subcontratações a transportadores e grupagens. “Mas tudo pode mudar. O dia-a-dia não é sempre igual. Por muito que penses que chegas ao trabalho e idealizas o que vais fazer não consegues. É um trabalho em constante mutação. É isso que me cativa muito neste emprego, porque não é um trabalho monótono e rotineiro. Foi isso que me motivou a continuar nesta carreira e a progredir nesta área. Todos os dias és posto à prova, porque aparecem sempre situações que requerem decisões no imediato”, informa Sérgio, acrescentando que um transitário “não tem horas de saída” e que, em muitas ocasiões, “chega a trazer trabalho para casa”. Natural de Matosinhos, Sérgio foi gerente da peixaria de um hipermercado e o convite para ser transitário chegou por intermédio de uma amiga. “Ela acabou por não aceitar o desafio, deu-me o contacto para ir à entrevista e fiquei”, recorda. Dentro da profissão começou como ajudante, depois como auxiliar dos operacionais de tráfego. A pedido da empresa passou uma temporada em Alverca. Depois de um período de 16 meses acabou por voltar a Alverca, onde acabaria por constituir família. “Já cá estou há 3 anos e meio”, refere. Sérgio acabaria por ser convidado para integrar os quadros de uma outra empresa que estava a apostar forte no sector da camionagem e hoje tem a chefia do gabinete.Para os transitários a sexta-feira é um dos dias de excelência. “As empresas portuguesas têm o seu culminar da semana produtiva à sexta-feira e quando chega a hora de mandar para exportação é sempre nesse dia, desde cerâmicas a bens alimentares. Ao longo dos anos foi-se criando este método de trabalho. Está interiorizada nas firmas portuguesas a saída da fábrica nesse dia. Mas já temos clientes que conseguem ter as exportações prontas mais cedo e as encomendas prontas a expedir alguns dias antes”, explica o nosso interlocutor. Pelas suas mãos passam mais importações que exportações. “Em Lisboa importa-se muito mas no norte exporta-se bem mais. O núcleo exportador está todo no norte do país”, conclui.

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