Garrafas de cerveja Sagres, caricas, bidões de matérias-primas e material de oficina que tinha como destino o lixo, foram reaproveitados e transformados em instrumentos musicais. O vidrofone é o mais emblemático da banda de música da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC). É composto por dez garrafas. Cada uma é cheia com a quantidade exacta de água de forma a produzir a nota correcta. Pandeireta, maracas, tambores, adufe, banjo, reque-reque e a flauta são os restantes instrumentos, feitos a partir de material usado na fábrica de Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira. O projecto, denominado “Um olhar musical sobre os resíduos”, está a ser desenvolvido por colaboradores da empresa que trabalham em diversas áreas. Pretendem dessa forma chamar a atenção para a importância da reciclagem e protecção do meio ambiente.A ideia inédita partiu da coordenadora de ambiente e segurança da empresa. Conceição Rosa, 39 anos, sabia que existiam pessoas dentro da SCC que tinham ligações à música. A responsável lançou o desafio e a adesão não podia ter sido melhor. “Tocamos oito instrumentos mas já somos dez músicos. O elemento em comum é o gosto pela música que todos têm”, revela a responsável.Susana Lebre foi uma das que aceitou o desafio e com muito orgulho. Tem 41 anos e trabalha na área das relações institucionais da empresa. “Já toquei clarinete e flauta transversal numa banda há muitos anos e estudei no conservatório. Foi um reavivar de memórias”, recorda a Lisboeta que diz estar a passar por uma experiência educativa, divertida e que a tem ajudado a desanuviar do stress do dia-a-dia.Para Teresa Sampaio, 28 anos, o companheirismo e a amizade entre todos os elementos é bastante saudável. A trabalhadora na vertente da inovação e qualidade da SCC aceitou o repto da colega por duas razões. “Converter os resíduos em instrumentos é interessante e superou as expectativas. E depois estou sempre pronta a participar em tudo o que tenha que ver com a música”, assegura a jovem que toca flauta transversal em bandas filarmónicas.Para já, a banda toca e canta o hino da cerveja Sagres, adaptando a letra a cada efeméride. Mas no futuro pode ser que surjam músicas novas, uma vez que, garantem, o projecto é para continuar. Quem sabe até para fora das paredes da empresa de Vialonga. A iniciativa insere-se também no âmbito da Responsabilidade Social da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, iniciado em 2006.