A vereadora eleita pelo PS na Câmara de Almeirim, Joana Vidinha, lamentou-se esta terça-feira, na última reunião do executivo deste mandato, pelo facto do presidente da autarquia e recandidato pelo PS não ter falado com ela para integrar as listas socialistas. Numa intervenção extensa, a vereadora disse que Sousa Gomes lhe deu um chuto no traseiro e acusou os colegas do executivo de a desautorizarem em questões relacionadas com os seus pelouros - a Acção Social e a Educação. O presidente responde que Joana Vidinha “tem uma maneira muito peculiar de pensar”. Sousa Gomes, que não participou na reunião de câmara, diz que não falou nem com a vereadora nem com os restantes membros do executivo sobre a constituição das listas do PS, porque os nomes foram votados pela comissão eleitoral da concelhia do partido, esclarecendo que Joana Vidinha não teve qualquer voto. “Ela não teve menor ou maior consideração que os outros elementos”, justifica Sousa Gomes, acrescentando que “é natural que as pessoas se sintam despeitadas quando as coisas mudam”. Joana Vidinha, que só no final do mandato vem queixar-se, refere que andaram vereadores a despachar assuntos dos seus pelouros sem seu conhecimento. Mas Sousa Gomes justifica que a vereadora tem estado várias vezes de baixa médica devido a problemas de saúde e que nesses períodos alguém tinha que dar seguimento aos assuntos. Joana Vidinha, que é professora aposentada, na sua declaração em jeito de despedida do executivo chegou a dizer que uma vez que já não vai ser vereadora, se precisar de sobreviver não se importa de ser empregada doméstica. Sousa Gomes diz que conhece os problemas pessoais da vereadora e que foi a própria que lhos contou. “Ela precisa de um rendimento extra para fazer face a alguns problemas que tem. Toda a gente tem direito a querer ganhar mais qualquer coisa, mas tratando-se de autarquia estas questões têm que ser ponderadas, têm que ser vistas com olhos de ver”, justificou o presidente.