A história do Automóvel Clube de Portugal em banda desenhada
Começou por ser um clube de elite, mas hoje o Automóvel Clube de Portugal reúne mais de 200 mil sócios e decidiu dar a conhecer a sua história através de um livro de banda desenhada.Os 105 anos de história e estórias do Automóvel Clube de Portugal (ACP) contam-se em cerca de 40 páginas, com ilustrações de Luís Correia e textos de Carlos Morgado.A relação do automóvel com a sociedade e o desenvolvimento do clube junto dos consumidores e no âmbito desportivo são o mote para recordar episódios como a chegada do primeiro automóvel a Portugal, em 1893, recebido no Alentejo com um misto de espanto e admiração. Uma década depois surgia o ACP. Em entrevista à agência Lusa, Carlos Morgado recorda que o ACP foi “o primeiro clube, a primeira associação, a fazer eleições livres e democráticas no pós-25 de Abril”, uma corrida ganha por Pinto Balsemão. Por outro lado, refere, “torna-se na primeira associação de consumidores”.Ao abrir o álbum, o leitor é remetido para o herói da história e o seu percurso de mais de 100 anos, ao longo dos quais foi, não raras vezes, inovador. Corriam os anos 30 quando dentro do ACP nasceu a ideia de criar “as casas portuguesas”, embrião das Pousadas de Portugal, lembra Carlos Morgado, acrescentando que pouco depois foi avançada uma proposta para substituir o passaporte pelo bilhete de identidade como documento de viagem. Carlos Morgado conta como se passou: “O ACP propôs à então Associação Internacional de Turismo a livre circulação de pessoas, isto é, aquilo que nós viemos a conseguir largas dezenas de anos mais tarde com a Comunidade Europeia.” E, acrescenta, “só não foi por diante porque entretanto eclodiram movimentos na Europa que levaram à II Guerra Mundial”.“Até próximo da década de 30, o ACP tem uma interferência muito directa em tudo o que tem a ver com mobilidade”, diz, exemplificando que foi por iniciativa do clube que foram colocadas as primeiras barreiras de segurança em estradas com curvas. “Algumas ainda hoje existem em algumas estradas alentejanas”, afiança. Entretanto, o Estado “intervém cada vez mais no automóvel, assumindo a responsabilidade de sinalização e asfalto e a partir dessa altura o ACP vai-se retirando e passa a ser um clube cada vez mais virado para para o bem-estar dos sócios”, refere.
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