Pelo menos 55 habitações foram afectadas pelo temporal em Ferreira do Zêzere
Números foram aumentando à medida que se fez o levantamento dos estragos
O Governo Civil de Santarém já começou o levantamento dos prejuízos para entregar ao Ministério da Administração Interna.
O temporal que se abateu na madrugada de 7 de Outubro em alguns lugares das freguesias de Bêco e Areias, no concelho de Ferreira do Zêzere, provocou danos em pelo menos 55 habitações, disse o responsável da protecção civil municipal. Pedro Mendes revelou que o levantamento dos danos provocados pelo mini-tornado que passou pelo concelho ainda não está concluído, estando para já identificadas 55 habitações e 44 anexos afectados.Na hora de reparar os danos, a prioridade foi dada à colocação de telhas nas residências, um trabalho iniciado logo na manhã desse dia por funcionários da autarquia enquanto alguns proprietários (alguns dos quais emigrantes que entretanto chegaram) começavam a verificar se os estragos estão ou não abrangidos pelos seguros.As equipas da autarquia estiveram no terreno a fazer o levantamento do outro tipo de construções afectadas, como anexos, garagens, telheiros e currais, a par do acompanhamento social às pessoas mais afectadas, adiantou Pedro Mendes.Segundo o responsável, a autarquia tomou sexta-feira conhecimento de mais um local afectado pelo temporal, localizado a sul da Central Solar, já no extremo da freguesia de Areias. Ao contrário do que se pensou inicialmente a área afectada estende-se por uma extensão de 10 quilómetros (e não quatro como inicialmente apontado), tendo o mini-tornado “tocado” em cinco pontos, “saltando” por cima das elevações, disse.Além das habitações, anexos, barracões, currais e armazéns de apoio a empresas ligadas à construção civil, o temporal provocou danos na central fotovoltaica de Areias (tendo retorcido as estruturas que serviam de apoio a 5.000 painéis de energia solar) e no Centro de Férias e Formação do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, que ficou sem parte das telhas e sem energia eléctrica, o que obrigou ao seu encerramento temporário.Quanto às habitações, Pedro Mendes afirmou que mais de metade das situações estão resolvidas, tendo sido dada prioridade aos casos mais críticos, nomeadamente dos que obrigaram à retirada dos moradores. Só num desses casos, em Casal do Zote, cuja moradora foi colocada definitivamente num lar de idosos, a casa não será recuperada, adiantou. “Vamos agora iniciar uma segunda ronda e ver o que está e não está resolvido, e, dos que não estão, perceber se se deve a dificuldades económicas dos proprietários e de que forma se pode resolver”, afirmou.Quanto às dúvidas levantadas por agricultores, nomeadamente do procedimento a ter em relação aos olivais que foram arrancados e que beneficiavam de subsídios ao azeite, ou ainda sobre a forma de evitar multas no caso dos sobreiros, Pedro Mendes adiantou que todas essas situações vão constar no relatório que está a ser elaborado para prevenir “eventuais dificuldades”.Carlos Catalão, adjunto do governador civil de Santarém, disse que se tem vindo a verificar uma tendência para a ocorrência destes fenómenos meteorológicos no Vale do Tejo, “tendencialmente entre a Primavera e o final de Outubro”. Desde 2006 que se têm registado, anualmente, mini-tornados no distrito de Santarém, disse, sublinhando existirem indicações de que “as massas de ar quente e de ar frio têm na região um dos pontos de contacto”.
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