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José Ferreira

47 anos, empresário de restauração, Tancos
Trabalho na restauração por acaso. Nasci em Constância, morava nas Madeiras (Vila Nova Barquinha) e sempre que ia para Lisboa, onde trabalhava e estudava, via este empreendimento ao abandono pelo que surgiu a ideia de o reactivar. Já tinha trabalhado na hotelaria, quer no serviço de atendimento de mesas em casamentos, quer em discotecas como barman. Avancei com mais dois sócios, há 17 anos, para este projecto. Lembro-me que, na altura, fizemos um estudo de mercado, por telefone, que demonstrou que podíamos apostar. Estive a trabalhar em Lisboa até aos 28 anos. Frequentei o curso de Gestão de Empresas no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), que não cheguei a concluir. Trabalhei na área da gestão de stocks e compras e também numa empresa de importação automóvel. Gosto muito da capital e vou a Lisboa quase todas as semanas mas cada coisa no seu lugar. Gosto de viver em Tancos. Estar à frente de um restaurante requer um grande envolvimento pessoal. Faço um balanço positivo mas confesso que se pudesse voltar atrás não seguiria a mesma actividade. Quando idealizamos as coisas pensamos que conseguimos conciliar o trabalho com a vida pessoal mas na prática não é bem assim. Tenho que estar aqui quase a tempo inteiro. Mas não estou arrependido. Faço de tudo um pouco no restaurante. Faço o serviço de mesa que é o que mais me cativa dado o contacto com o cliente. Também faço o serviço de gestão e compras. O gestor tem que participar em todas as áreas. Mas é importante saber desligar. Tendo as pessoas certas na equipa e sabendo geri-las de forma correcta penso que conseguimos descentralizar as nossas funções. Felizmente tenho uma equipa de seis pessoas que conseguem que a unidade esteja a funcionar sem que eu esteja presente. A média de idades dos elementos da minha equipa é de trinta e pouco anos. Obrigo-me a ter o meu tempo de lazer fora daqui. É fundamental para que consiga trazer novas ideias para o restaurante e também para que me sinta bem ao cimo da terra. Tento gerir o meu tempo de uma forma sadia. Gosto de ski, jogar golfe, futebol e uns jantares com os meus amigos e família. De agarrar nas minhas canoas e distrair-me um bocadinho em águas incertas e de viajar sem um itinerário definido. É uma forma de descarregar as minhas catarses e trazer uma nova ideia para o restaurante. Nunca distingui completamente o lazer da parte profissional. O produto base com o qual confeccionamos as refeições tem que ter qualidade. Este é um local de lazer, onde as pessoas vêm sobretudo para visitar o Castelo de Almourol mas penso que não vêm ao restaurante pela paisagem mas sim porque comem bem. Temos o cuidado de apostar nos produtos da nossa terra, do Ribatejo, mas sempre com um patamar de boa qualidade. Na gastronomia temos, na altura própria, a lampreia e o sável. Temos ainda a sopa de peixes, enguias, peixe vário do rio, cabrito, coelho e uma ementa própria de bifes e de bacalhaus. As pessoas quando vêm ao restaurante querem algo mais do que comer. Acho que nos diferenciamos também pelo atendimento que procura ser eficaz, rápido, também humilde e personalizado. Os clientes querem uma pequena atenção, um miminho, uma pequena conversa. Não temos um serviço muito elaborado, de cinco estrelas. Sou muito exigente comigo próprio e com as pessoas que trabalham comigo. Sou uma pessoa que gosta de ter o seu tempo privado. Sou profissional e aquilo que faço quero-o fazer o melhor possível. Trabalho em média 13 horas por dia e descanso um dia por semana. Não costumo tirar férias prolongadas. Não tenho lemas de vida. O lema é viver a vida o dia-a-dia o melhor possível, tanto ao nível profissional como pessoal. Esforço-me todos os dias para fazer o melhor possível. Em todas as áreas. Às vezes sobra pouco tempo para a família, por isso defendo que temos que partilhar com os nossos aquilo que é nosso. Elsa Ribeiro GonçalvesNasceu em Constância em 1962. Actualmente vive e gere desde há 17 anos o Restaurante “Almourol” em Tancos, no concelho de Vila Nova da Barquinha, num local com uma vista panorâmica para o Tejo e a aldeia do Arripiado. Define-se como uma pessoa humilde e trabalhadora. É divorciado e não tem filhos. Não tem lemas de vida. Apenas tenta fazer o melhor que sabe a cada dia que passa.

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