A Associação Empresarial da Região de Santarém - Nersant deseja um maior envolvimento por parte dos municípios no “Empcriança”, um projecto que visa a introdução de conceitos de empreendedorismo junto de alunos do primeiro ciclo do ensino básico. Até Novembro, apenas três municípios formalizaram a sua adesão ao projecto no ano lectivo de 2009/2010: Vila Nova da Barquinha, Chamusca e Ferreira do Zêzere. O objectivo da Nersant passa por conseguir implementar este projecto, no mínimo, em 15 concelhos pelo que apela à abertura dos municípios para que aceitem colaborar. “Tínhamos ideia que nesta fase haveria um maior envolvimento por parte dos municípios da região”, aponta José Eduardo Carvalho, presidente da Nersant, durante a apresentação dos resultados do projecto, na sexta-feira, 13 de Novembro. O responsável lamenta a falta de interesse dos municípios destacando, por exemplo, a falta de interesse da Câmara de Torres Novas, cidade onde a Associação Empresarial está sedeada e que se assume como “a capital do empresário”.O programa, que foi objecto de um protocolo assinado em 2008 com o Ministério da Educação, foi aplicado no anterior ano lectivo em três turmas do 4.º ano de escolas do primeiro ciclo da Chamusca, Cartaxo e Almeirim, com o objectivo de testar as metodologias e os materiais criados para o mesmo. Inserido nas Actividades de Enriquecimento Curricular, é parcialmente financiado pelas autarquias, contando com o apoio de algumas empresas. Pedro Félix, director do Departamento de Apoio Técnico e Desenvolvimento Regional da Nersant, disse que a receptividade dos alunos e das escolas, quer quanto aos materiais pedagógicos criados para o projecto - um vídeo de introdução à temática do empreendedorismo, um power point interactivo, um jogo da glória e uma banda desenhada desenvolvidos pela Escola Superior de Educação de Santarém, que aderiu ao projecto da Nersant - quer relativamente aos conteúdos, foi muito positiva. O programa realizou-se em 10 sessões. As crianças, entre os 9 e 11 anos, foram convidadas a reunirem-se em grupos de três ou quatro para criarem uma empresa, sendo levadas a pensarem no produto que queriam vender, no nome da empresa, logótipo ou gerir receitas. Também a mascote do programa “Geremias” (de gerir) foi acolhida com muito entusiasmo pelas crianças. “Queremos passar das três escolas para um número mais alargado. A nossa ideia seria entre as 12 e 15 escolas. Também queríamos passar das 10 sessões, que são manifestamente curtas, para as 25 sessões por escola, desenvolvendo-as num maior período do ano lectivo”, apontou. Maria Manuela Pinheiro, que no último mandato foi vereadora da Educação na Câmara da Chamusca, frisou a receptividade das crianças e das duas professoras ao projecto. “Este projecto pretende criar nas nossas crianças o gosto pelo risco para que eles criem a sua própria empresa e se mantenham no nosso concelho”, apontou, acrescentando que a Chamusca aderiu porque embora esteja naquele conjunto de municípios “de morte anunciada” conseguiu alcançar muito desenvolvimento com as empresas que se instalaram no Ecoparque do Relvão. Por este motivo, este ano o projecto vai ser trabalhado por uma turma do 4.º ano da Escola da Carregueira. Produto desenvolvido em projecto juvenil patenteadoDesde 2005 que a Nersant tem em curso um outro projecto que visa incentivar os jovens para a actividade empresarial, direccionado para o ensino secundário, o “EmpEscola”, que decorre em 16 escolas do distrito. Desse projecto, que passa por todo o processo de constituição de uma empresa, José Eduardo Carvalho apontou que, no último ano lectivo, surgiu um produto que a Nersant está a ajudar a patentear com vista a uma eventual comercialização. Trata-se de um objecto que reúne todos os produtos de cosmética, desenvolvido por um grupo de alunos da Escola Secundária Maria Lamas de Torres Novas.