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Gertrudes Sousa não votou porque já tinham votado por ela

Gertrudes Sousa não votou porque já tinham votado por ela

Reclamação foi apresentada na mesa de voto, mas cidadã ainda não recebeu resposta

Quando tentou votar nas últimas eleições autárquicas Gertrudes Santos não o pôde fazer porque alguém já tinha votado por si. A comerciante de Vila Franca de Xira preencheu uma reclamação formal, mas está indignada porque ainda não recebeu qualquer resposta.

Uma cidadã de Vila Franca de Xira ficou impossibilitada de votar nas últimas eleições autárquicas porque o seu nome já se encontrava descarregado dos cadernos eleitorais. Gertrudes Sousa, 65 anos, ficou indignada com a situação e preencheu de imediato a reclamação disponibilizada na secção de voto. “Disseram que no prazo de 15 dias me davam uma resposta, mas já passou mais de um mês e ainda não recebi qualquer explicação”, diz revoltada.Em seu poder ficou com um impresso, prova de que apresentou queixa formal sobre o sucedido às 16h00 do dia 11 de Outubro de 2009. Gerturdes Santos estranha o que aconteceu até porque não perdeu qualquer um dos documentos de identificação. “Se alguém votou em meu nome não apresentou documentos meus”, analisa.Gertrudes Salvado Mouralinho Sousa, comerciante de profissão, está religiosamente presente em todos os actos eleitorais. Tem por hábito votar depois do almoço, tal como o fez nas últimas eleições autárquicas na companhia das filhas. “Foi a primeira vez que me aconteceu isto”, desabafa. “Por acaso aconteceu nas eleições autárquicas. Se fosse nas legislativas teria ficado mais preocupada”, afirmaGertrudes Sousa vota na sede da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira e é o último nome da lista daquela secção. O marido já tem que deslocar-se ao ateneu artístico vilafranquense para cumprir o seu dever cívico, o que, admite, pode ter gerado alguma confusão.A comerciante é natural do Alentejo, mas vive há 40 anos em Vila Franca de Xira. Foi operária numa empresa de ficação de lãs, delegada sindical e vibrou com a manhã de Abril. Mais tarde envolveu-se na comissão para a criação de um infantário que apoiasse as mulheres trabalhadoras.“Sou uma pessoa que viveu antes do 25 de Abril. Não consigo ouvir falar mal da revolução dos cravos”, desabafa quem sabe reconhecer o valor de um direito que foi conquistado com longas lutas. O MIRANTE contactou a Comissão Nacional de Eleições que informou que as reclamações apresentadas na mesa de voto são decididas por esta e ficam em anexo à acta das operações eleitorais (acta do apuramento local). “Estes documentos são remetidos à Assembleia de Apuramento Geral que toma conhecimento de todas as ocorrências e reclamações e, se for o caso, decide sobre elas”, explica a secretária da Comissão Nacional de Eleições, Joaquina Martins, que acrescenta que as reclamações raramente são remetidas à CNE. “No caso de haver indícios da prática de algum dos crimes previstos no Código Penal (nos artigos 336º a 342º), devem os factos ser comunicados ao Ministério Público, por ser a entidade competente para promoção do respectivo procedimento criminal”, alerta a responsável.
Gertrudes Sousa não votou porque já tinham votado por ela

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