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Já não se fazem artigos de madeira como na Casa de Artesanato de Manuel Joaquim Duarte

Já não se fazem artigos de madeira como na Casa de Artesanato de Manuel Joaquim Duarte

Em Pernes os torneados de madeira são tradição que a fábrica tem vendido pelo país
A fábrica de Manuel Joaquim Isidro Duarte, em Pernes, concelho de Santarém, deve ser das poucas da região onde se trabalha a madeira recorrendo à arte do torneiro. Na fábrica da rua Dr. Manuel Ferreira da Silva, à entrada do Rossio, e em frente à sede da Rádio Pernes, produz-se um pouco de tudo. Caixas para chás, de costura, para relógios, para cápsulas de café, mealheiros, copos, molduras, bandejas, e uma imensidão de objectos de todos os tamanhos. Até anéis e pulseiras em madeira e brindes para casamentos consoante os temas que se quiserem. É só puxar pela imaginação.A madeira, pinho e choupo, é trabalhada artesanalmente, apenas com recurso a máquinas de corte. O torneiro de madeira, Fernando Gomes, pega em peças de madeira arredondadas e prende-as no torno que gira a grande velocidade. Com recurso a diferentes tipos de formões e outras ferramentas, vai moldando a matéria-prima para fazer pequenos e grandes artigos, como se estivesse a moldar barro com as mãos, tal é a perfeição com que sai. Chega a fazer piões miniatura com apenas alguns milímetros de comprimento.Manuel Joaquim, como é conhecido em Pernes, começou a trabalhar com 14 anos numa oficina a fazer recados e passou por três fábricas. Em 1981 criou a casa com o seu nome. Cinco anos depois apostou na fabricação de artigos em madeira que vão na cor original com destino às lojas decorativas. “Produzimos cerca de 1200 artigos diferentes e de tamanhos variáveis. Desde os mais tradicionais àqueles que vão surgindo decorrentes do que vamos vendo e do que os clientes nos vão pedindo e sugerindo. Por exemplo, surgiram as novas cápsulas de café e criámos caixas para elas”, refere Manuel Joaquim. O pinho e o choupo vêm das serrações da zona de Amiais de Baixo. O pinho é uma madeira mais compacta e maciça, utilizada em caixas, tabuleiros, molduras, artigos de maior dimensão e mais resistentes. O choupo é mais leve e chega à fábrica em toros. A fábrica trabalha com clientes de todo o país, incluindo ilhas, e até alguns espanhóis e franceses que ficam deliciados com a qualidade, estética e acabamentos dos artigos. Afinal quem nunca sonhou ter uma caixinha de madeira e dar-lhe um toque próprio para guardar os objectos mais apreciados? Uns clientes chegam por contactos com outros clientes. Outros acedem ao blog da fábrica em http://casa-do-artesanato.blogspot.com. Manuel Joaquim Duarte trabalha com a esposa e duas sobrinhas. Tem mais seis colaboradores na fábrica de artesanato. Em novo aprendeu a fazer caixas, tabuleiros e bandejas. Apenas uma vez pegou no torno quando o profissional adoeceu, durante uma feira da especialidade. De resto,Manuel Joaquim costuma levar o artesanato e torneados de madeira de Pernes à Feira Internacional de Lisboa, o principal certame de artesanato do país. Diz que gostaria de participar mais em feiras da região mas defende que as autarquias devem apoiar os seus artesãos na divulgação do que é mais típico e nobre do concelho. O mesmo diz em relação à Feira Anual de Pernes e ao que deve dar destaque aos seus ofícios.
Já não se fazem artigos de madeira como na Casa de Artesanato de Manuel Joaquim Duarte

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