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Noite de emoções nas comemorações dos 40 anos do Veto Teatro Oficina

Noite de emoções nas comemorações dos 40 anos do Veto Teatro Oficina

Gala de homenagem aos elementos mais antigos no Teatro Sá da Bandeira em Santarém

Grupo conta actualmente com cerca de três dezenas de actores. O elemento mais novo tem nove anos e o mais velho já ultrapassou os 70.

A noite prometia muitas emoções e a previsão cumpriu-se. Emoções à flor da pele na família do Veto Teatro Oficina onde na noite de sábado, 12 de Dezembro, os elementos mais novos do grupo homenagearam os mais antigos na gala intitulada “Meus senhores, vamos falar de Liberdade”, no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém. Nos bastidores, momentos antes do início do espectáculo, os jovens artistas não escondem o nervosismo. Fazem-se os últimos ensaios, lêem-se as últimas deixas. Apesar de estarem habituados a subir ao palco, os apresentadores da gala – membros do Veto – não querem que nada corra mal na homenagem aos veteranos. No átrio do Teatro Sá da Bandeira o ambiente é de expectativa. Os homenageados não escondem a curiosidade, por não saberem o que a noite lhes reserva. “Meus senhores, vamos falar de Liberdade” começou com a exibição de fotos de peças de teatro do Veto. Mas foram as imagens de bastidores captadas aos longos dos anos durante os ensaios que arrancaram mais gargalhadas e aplausos. O espectáculo prosseguiu com momentos de música e um excerto da peça “Guilherme Tell tem os olhos tristes”, interpretado por dois actores do grupo Animal.José Ramos, António Júlio Santos, Nuno Domingos, Hélder Cabral Santos, Francisco Monteiro, José Jordão, Filomena Pereira, Angelina Madeira, Maria José Couto, Francisco Selqueira, Eliseu Raimundo e Mário Gomes Marcos foram os homenageados da noite. Um a um foram subindo ao palco perante uma forte ovação. Durante duas horas foram recordando episódios, recordações e lembranças de quatro décadas dedicadas ao teatro.A meio da conversa, o grupo de veteranos foi surpreendido com o pedido para fazerem uma rábula com os famosos palhaços Pantufa e Farófias. O espectáculo cumpriu o seu objectivo: um convívio familiar entre o grupo do Veto. Os projectores de luz feitos em latas de banha O Veto Teatro Oficina conta actualmente com cerca de três dezenas de actores e continua a apaixonar miúdos e graúdos. O elemento mais novo tem nove anos e o mais velho já ultrapassou os 70. O grupo de teatro escalabitano tem como regra tratarem-se todos por tu independentemente da diferença de idades. Para não haver barreiras, explicam. António Júlio Santos, 67 anos, integra o grupo desde a sua fundação. O palhaço Pantufa é a sua personagem mais conhecida. António Júlio recorda os tempos em que começaram a dar os primeiros passos no Veto. “Quando formamos o Veto não havia dinheiro. Para termos os nossos primeiros projectores andamos nas lojas a pedir latas de banha. Fazíamos um furo no fundo e colocávamos os casquilhos das lâmpadas. Eram os nossos projectores. Hoje já temos uma mesa computorizada de luz”, recorda António Júlio.A paixão pelo teatro vem desde criança quando actuava para a família e amigos em casa. Os espectáculos de circo fascinavam-no e sempre que via o número dos palhaços dizia que conseguia fazer melhor. Tinha apenas sete anos. Já passaram quatro décadas de vida dedicada ao teatro onde interpretou dezenas de personagens, mas António Júlio deseja ter saúde para continuar a fazer o que mais gosta: representar. “Só peço a Deus vida e saúde para conseguir fazer com que os meus netos e sobrinhos riam tanto como já fiz rir milhares de crianças”, pede.
Noite de emoções nas comemorações dos 40 anos do Veto Teatro Oficina

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