uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
“Um bom Natal tem que ser frio para sentirmos o aconchego da família”

“Um bom Natal tem que ser frio para sentirmos o aconchego da família”

A presidente da câmara, Fernanda Asseiceira, lamenta não ter podido iluminar as ruas de Alcanena

A melhor prenda de Natal foi-lhe oferecida pelos pais quando a autarca já não era criança há muito tempo. Foi comprada com sacrifício e ocupa um lugar especial no seu coração.Fernando Vacas

O Natal da presidente da câmara de Alcanena, Fernanda Asseiceira, é em casa, com a família. Sempre em casa e sempre com a família. “Sou católica e para mim o Natal é a festa do nascimento de Jesus e a festa da união das famílias. É uma altura do ano em que eu estou inteiramente dedicada à família. Cumpro religiosamente a tradição. Nunca passo o Natal fora do meu lar ou do dos meus pais. Quer a véspera quer o dia de Natal são passados em comunhão total com a família, em casa. Adoro até que esteja muito frio porque assim sabe melhor estar à lareira ”.Este ano há uma sombra no Natal da autarca. “Sinto uma grande tristeza por no meu primeiro Natal como presidente da Câmara Municipal de Alcanena não ter conseguido embelezar as ruas com uma iluminação condigna. Não tive alternativa. Não havia dinheiro nem tempo para resolver o problema. Vamos fazer aqui na frontaria da autarquia e no largo, uma coisita muito pequena, mas garanto que no futuro Alcanena irá ser iluminada no Natal, de forma condigna”.Mas para além da iluminação, qualquer coisa vai ser feita. “Oferecemos bilhetes duplos aos funcionários para o espectáculo que vai ter lugar no cine-teatro. E vamos fazer uma festa destinada aos filhos dos funcionários e dos bombeiros, com oferta de prendas”, explica.Fernanda Asseiceira, recorda os natais passados. A grande azáfama vivida em casa com ela e as irmãs a ajudarem a mãe a preparar a Consoada. “Lembro-me especialmente dos coscorões. A minha mãe tinha que ter uma especial atenção ao alguidar da massa porque eu gostava muito e sempre que podia roubava bocadinhos para comer, assim crua. Eram outros tempos em que tudo era feito em casa. Agora somos muito comodistas compramos tudo já feito. Tem menos gosto mas dá menos trabalho”.Diz que nunca ligou muito a prendas mas há uma que a marcou bastante. E não a recebeu na infância. “Foi há uns seis ou sete anos. Os meus pais ofereceram-me uma pulseira de ouro, que está guardada no cofre-forte do meu coração. Sei que foi comprada com um grande esforço, mas a minha mãe fez questão de ma oferecer. É sem dúvida a prenda que guardo com mais amor”.Quando era criança a vida dos pais e avós não era um mar de rosas. Nunca passou grandes dificuldades mas as prendas tinham que ser coisas úteis. “Normalmente as nossas prendas de Natal ou aniversário iam sempre no sentido do vestuário. Ofereciam-nos roupas ou calçado. Era um grande entusiasmo. Era a oportunidade de nós ‘nos produzirmos’ um pouco mais, estreando a roupa nova que nos davam. Eram outros tempos. Hoje compramos roupa nova quase todos os dias”.Fernanda Asseiceira nasceu na Chamusca, mas foi viver para Alcanena aos três anos de idade, por isso os natais passados com os seus avós na sua terra natal não têm relevo na sua memória. “Viemos para Alcanena e a mudança criou um grande afastamento porque na altura não se viajava com tanta facilidade como hoje. Ainda me recordo, quando os meus pais conseguiram comprar um carro e fomos todos à Chamusca. Foi como se fossemos fazer uma grande viagem”, diz a sorrir. Mas apesar da distância a família estava unida. “Os meus pais iam buscar os meus avós à Chamusca e eles passavam alguns dias connosco. Sempre gostámos de ter uma casa cheia. Era uma alegria ter os avós connosco, naqueles dias”, refere.Um Carnaval inesperado na noite da consoadaFernanda Asseiceira tem duas irmãs com pouca diferença de idade. Na juventude quando estavam juntas eram naturalmente irreverentes. Numa noite de Natal, muito depois da consoada, quando os pais e os avós cochilavam junto à lareira, as três traquinas foram ao baú das roupas velhas e trataram de vestir com tudo o que encontraram. Depois acordaram a família e foi uma grande animação com o inesperado Carnaval antecipado. “É a história mais divertida de que me recordo, até porque nos tiraram uma fotografia, que tenho emoldurada na sala de estar da minha casa”.
“Um bom Natal tem que ser frio para sentirmos o aconchego da família”

Mais Notícias

    A carregar...