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O trabalho “invisível” no seio de uma grande estação de televisão

O trabalho “invisível” no seio de uma grande estação de televisão

Olga Fonseca é tradutora de vários programas que vão passando nos canais da SIC

Pelos dedos e pelo teclado têm-lhe passado programas de todos os géneros. Actualmente faz mais traduções para séries e talkshows da SIC Mulher, SIC Radical e Fuel TV.

Olga Fonseca é formada em tradução de inglês e de alemão mas é na língua britânica que concentra grande parte do seu esforço diário a trabalhar para uma empresa que presta serviços de tradução à televisão SIC entre outros canais. É por isso habitual ver o seu trabalho reproduzido nas legendas de vários programas da SIC Mulher, SIC Radical e Fuel TV ou a dar apoio à emissão da SIC e SIC Notícias. Olga Fonseca tem 33 anos e tirou o curso de Línguas e Literaturas Modernas – variante de Estudos Portugueses em Inglês e Alemão, na Universidade Nova de Lisboa. Natural de Ourém, é lá que usa o seu computador portátil e a Internet como instrumentos essenciais de trabalho. Desde 2001 que está ligada à empresa Dialectus no trabalho de tradução de programas temáticos da SIC, sendo uma entre algumas dezenas de profissionais de tradução a trabalhar para a estação televisiva. O seu esquema de trabalho é simples. Entregam-lhe um episódio de meia hora, 45 minutos ou uma hora para traduzir do inglês para português e fixam um prazo. Tanto pode receber um trabalho à segunda-feira e ter de o entregar na quarta-feira de manhã, como fazê-lo de um dia para o outro. “Traduzir um programa com 45 minutos de duração é uma tarefa trabalhosa, não costumo demorar menos de seis horas a fazê-lo. Depende do assunto, mas há programas que envolvem muita pesquisa na Internet, seja de termos do calão ou técnicos”, explica Olga Fonseca. Trabalha mais de noite, quando a concentração e disponibilidade mental são maiores. Regularmente entre as 22h00 e as duas da manhã, a que se juntam duas ou três horas de tarde.O trabalho de tradução é feito com recurso a um programa no computador no qual Olga pode ver as imagens, os diálogos correspondentes e ir colocando as legendas à medida que o programa de televisão evolui. Concluída a tradução, o ficheiro é enviado via Internet para a Dialectus e posteriormente para a SIC. Aí, um revisor revê o texto antes de ir para o ar.Pelos dedos e pelo teclado têm-lhe passado programas de todos os géneros. Actualmente Olga Fonseca faz mais traduções para séries e talkshows da SIC Mulher, SIC Radical e Fuel TV. “Tenho mais prazer em fazer a tradução de talkshows, alguns documentários, séries de romance, ficção e comédia. É sempre bom variar já que fazer sempre o mesmo é mais entediante”, refere Olga Fonseca, admitindo que o que menos lhe dá gosto traduzir são programas sobre a história de navios, infra-estruturas e outros assuntos demasiado técnicos.Apoio à informação em directo na SIC Olga Fonseca desloca-se dois dias por semana a Carnaxide, aos estúdios da SIC, para dar apoio nos noticiários da SIC e SIC Notícias. Mais em horário nocturno avançado, senta-se numa salinha com computador e telefone para receber os textos que hão-de ir para o ar dentro de minutos.“Apesar do trabalho ser feito à noite, quando até há menos gente a trabalhar e a ver televisão, há sempre stress de ter uma peça pronta em escassos minutos. Se estou bloqueada com alguma palavra sigo em frente para não perder tempo. No final volto a pesquisar para resolver o assunto”, conta Olga. Feita a peça é colocada numa área do servidor a que tem acesso e é revista antes de ir para o ar. Apesar de trabalhar em área diferente da dos jornalistas, Olga Fonseca encontra-se de vez em quando com as caras conhecidas de milhões de telespectadores. “Já encontrei o Mário Crespo que é muito simpático”, confessa. Noutras ocasiões já lhe aconteceu alguns jornalistas mais novos na casa terem pedido ajuda nalguns termos ingleses.Grande parte dos programas é emitida em inglês nativo ou dos Estados Unidos, pelo que Olga Fonseca não tem feito grande uso dos conhecimentos de alemão, uma língua de que gosta particularmente. De vez em quando dá também “uma perninha” no castelhano quando é necessário. Olga Fonseca admite que o trabalho realizado a partir de casa em frente ao computador é um pouco isolado mas agora conta com a companhia da filha Bruna de onze meses. A sua mãe também dá uma ajuda lá em casa para cuidar da neta e libertar Olga para quando o trabalho tem de ser feito.
O trabalho “invisível” no seio de uma grande estação de televisão

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