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Sérgio Gomide

Sérgio Gomide

46 anos, médico dentista, Entroncamento

Nasceu a 10 de Fevereiro de 1963 em Minas Gerais, Brasil, mas veio trabalhar para o Entroncamento em Janeiro de 1988. Começou por trabalhar num pequeno laboratório de próteses dentárias que mais tarde viria a comprar e, actualmente, gere o Centro Dentário do Entroncamento que abrange 13 consultórios de medicina dentária, oferecendo ainda serviços de outras especialidades médicas. É casado e tem um casal de filhos, de dez e onze anos. Nos tempos livres gosta de fazer passeios todo-o-terreno e visitar a barragem do Castelo de Bode.

Vim para o Entroncamento porque surgiu essa oportunidade quando resolvi emigrar. Inicialmente pensei em ir trabalhar para Inglaterra mas depois surgiu a oportunidade de vir para Portugal com outro colega e, em apenas dois meses, tratei da minha viagem. Quando cheguei estava muito frio e nevoeiro mas gostei porque fui muito bem recebido pela população desta cidade. Não tenho ninguém que seja dentista na minha família. Os meus pais eram funcionários públicos e os meus três irmãos são engenheiros. Morava a 450 quilómetros da cidade onde estudei, Belo Horizonte. Antes de emigrar para Portugal fui oficial da Força Aérea Brasileira como médico-dentista. Estou muito satisfeito com a profissão que escolhi. Comecei por trabalhar num laboratório de prótese perto da passagem de nível. Havia muito barulho mas mesmo assim gostei. No Entroncamento só havia um médico dentista, Jorge Perdigão. Foi complicado obter o processo de legalização na altura mas a população aceitou-me melhor do que estava à espera. Mais tarde fiquei sócio desta primeira clínica onde trabalhei e, posteriormente, acabei por comprar a parte do meu sócio. Abri o meu segundo consultório para ajudar um colega de Mondim de Basto que precisava muito de um local para trabalhar. Este consultório encheu a agenda e tive que abrir outro. Foi assim que crescemos. Como as instalações eram muito antigas comprei as actuais em 1994. Ampliámos em 1998 e em 2000 e, muito recentemente, resolvemos também ocupar o rés-do-chão. Começamos com três gabinetes e agora temos 13 consultórios médicos dentários. Estamos a alargar os nossos serviços de medicina para outras especialidades, como terapia da fala ou osteopatia.O sucesso da minha empresa deve-se à aceitação da população e à minha equipa de trabalho. A geração mais nova tem uma saúde oral muito superior em relação à que encontrei quando aqui cheguei. Hoje as pessoas preocupam-se mais com a sua saúde e estética. Penso que a clínica foi expandindo à medida da necessidade das pessoas. Nunca mandamos o paciente embora sem ser atendido. A nossa equipa é composta por quinze médicos. A minha esposa é administrativa na empresa. A comida que mais gosto em Portugal é o cozido à portuguesa. Quando vim para cá era aquela que eu achava mais estranha. A minha esposa também é de Minas Gerais e tenho dois filhos, uma menina de 11 e um menino de 10. Nasceram em Portugal e estão totalmente integrados. O meu filho de 10 anos diz que quando crescer gostava de trabalhar na clínica do pai. O meu lema é trabalhar bastante. Entro às oito da manhã e saio às oito da noite. Só paro para almoçar. Ao sábado e domingo, por norma, não trabalho. Sou um lutador. Para mim os problemas têm que ter solução. Nunca pensei em chegar onde cheguei. Gosto da cidade onde vivo mas acho que tem pouca área verde. Quando vou a Lisboa uso o comboio habitualmente. Nos meus tempos livres gosto de estar com os meus filhos, de fazer passeios todo-o-terreno e passear de barco ou fazer ski na barragem do Castelo de Bode, onde tenho casa. É um dos locais mais agradáveis de Portugal. Não tenho um lema de vida. Tento viver um dia de cada vez e aproveitar o que posso. Tento visitar a minha família no Brasil quando posso. No final do ano, vamos passar três semanas lá. Não conheço mais ninguém com o apelido Gomide no Brasil. Fiz pesquisa e encontrei uma aldeia em Vila Verde que se chama Gomide e penso que é um nome de um padre. Em Marvão também existiu um escrivão com este sobrenome. Acho estranho ser um apelido tão antigo mas pouco ramificado. Elsa Ribeiro Gonçalves
Sérgio Gomide

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