O resultado final faz uma leitura exacta da intensidade, emoção e equilíbrio que se viveu no Pavilhão Municipal do Entroncamento, num jogo de basquetebol, que ao bom estilo americano, só se decidiu no último segundo, quando o experiente Carlos Andrade, já com o marcador a registar 71-70, falhou dois lances livres, mas com Greg Stempin a conseguir conquistar o ressalto definitivo.O Início de jogo fulgurante do Futebol Clube do Porto até não deixava adivinhar o que se passou a seguir. Com uma entrada muito forte, os Dragões, com uma defesa homem a homem muito agressiva e uma passagem rápida para o ataque, abriram com um parcial de 10-0 em quatro minutos, obrigando o treinador da Ovarense a gastar o primeiro desconto de tempo.Assistiu-se depois a uma ténue reacção da equipa de Ovar, insuficiente para evitar que os portistas chegassem ao final do primeiro período de 10 minutos, na frente com um parcial de 19-10.No início do segundo período, a Ovarense, através de lançamentos exteriores de John Waller, foi conseguindo manter a diferença entre os sete e os oito pontos. Mas a meio do período apareceu o portista, Jeremy Hunt que respondendo a Waller, deixou a Ovarense a 15 pontos de diferença. Ao intervalo, registava-se um parcial de 41-26.Nas cabines, o treinador da Ovarense deve ter “puxado” as orelhas aos seus jogadores, e perante o entusiasmo da sua pequena e simpática falange de apoio, a equipa de Ovar entrou no jogo. Melhorando nitidamente no aspecto defensivo e beneficiando do excelente aproveitamento de lances livres, foi-se aproximando até chegar à diferença mínima 48-49, ainda no terceiro período.Depois até ao apito final, o jogo recrudesceu de emoção. O Futebol Clube do Porto não mais conseguiu afastar-se no marcador, viu mesmo o seu adversário empatar a partida 59-59, a três minutos do fim e a ter mesmo duas hipóteses de passar para a frente.Com nenhum espectador a conseguir ficar sentado, a emoção e o entusiasmo eram extraordinários, o jogo entrou numa série de triplos que não deixavam nem uma nem outra equipa respirar. O jogo entrou nos segundos finais com as equipas separadas por apenas um ponto, 71-70, altura em que o experiente Carlos Andrade foi para a linha de lances livre, e desperdiçando o primeiro, falhou também propositadamente o segundo, para que o seu companheiro de equipa, Greg Stempin, que foi o considerado o melhor jogador do jogo, ganhar o ressalto e dar a conquista da Taça de Portugal ao Futebol Clube do Porto.Viveram-se então momentos indescritíveis no Pavilhão Municipal do Entroncamento, com a equipa do Porto a celebrar a vitória com os seus adeptos, nas bancadas e dentro do recinto de jogo.