Foi sobretudo o silêncio que se fez ouvir. Teresa Valente, 27 anos, realiza concertos com gongos e taças tibetanas. Entoando mantras, procura estabelecer a harmonia dos que a rodeiam através da vibração. Sexta-feira, dia 5, fez a sua primeira actuação em Fátima, para uma plateia de curiosos na Pensão Restaurante Floresta. Iniciou-se nas massagens indianas quando procurava uma via alternativa para a cura da psoríase, doença de que sofre. Um dia conheceu um monge tibetano e a partir daí foi criando contactos que a levaram até às taças tibetanas. De forma “natural”, começou a fazer concertos.Em Fátima encontrou um público, cerca de 50 pessoas, atento e aberto a conhecer o que também funciona como terapia, na busca do relaxamento e da harmonia do corpo. Sem expectativas ou receios relativamente a uma plateia que pudesse mostrar-se mais conservadora, notou que, na maioria dos casos, as pessoas “rendem-se às taças”. Numa zona com grande tradição católica, referiu acreditar “que a base de todas as religiões é o amor e as taças trabalham” esse sentimento.O amor foi aliás o tema do concerto de sexta-feira. Durante cerca de uma hora, na penumbra iluminada pelas velas, fez soar as diversas taças e os dois gongos que compunham o cenário. Os objectos, explicou, são feitos de uma liga metálica e produzem “sons, ultra-sons e vibração”. Como somos quase totalmente água, “a vibração produz o efeito de uma pedra num charco”, como uma massagem, reflectiu. Muitas vezes a terapia é usada na área do cancro, vertente na qual Teresa Valente gostaria de investir. O concerto teve boa receptividade e projectos futuros ainda estão em aberto. Como referiu, procura dar “um passo de cada vez”, vendo a aceitação. Conforme notou, o respeito é a base de todas as religiões e acredita que através dele estas iniciativas diferentes do tradicional serão bem aceites na região. Cláudia Gameiro