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António Manuel dos Santos 56 anos, Segurança, Póvoa de Santa Iria

“O meu horário é muito puxado. Tenho mulher e filho em casa, mas quando saio o rapaz está a dormir e quando chego a dormir está. Só ao fim- de-semana ou quando estou de folga é quando o vejo. Não o vejo a ir para a escola. A minha mulher é que faz de pai e de mãe”.

Gosta da Póvoa de Santa Iria?É uma cidade agradável. Ao fim-de-semana há muito gente que aqui vem [Quinta da Piedade]. É um grande espaço de lazer, mas ainda há quem não o conheça. São pessoas que moram na Serra Nova, por exemplo. Já aconteceu virem cá tratar de documentação, porque temos aqui uma mini-loja do cidadão, e ficarem muito surpreendidas porque não faziam ideia.Na sua opinião o concelho de Vila Franca de Xira é uma zona segura?Agora penso que sim. Há cerca de seis anos notava-se muita criminalidade, mesmo aqui na Quinta da Piedade, na Póvoa de Santa Iria. Vinham para aqui pessoas provocar distúrbios e deixar marcas de vandalismo. Agora as coisas estão diferentes. Como do dia para a noite. O que aproveita para fazer nas horas mortas do seu trabalho?Saio de casa às cinco horas da manhã. O meu horário é muito puxado. Tenho mulher e filho em casa, mas quando saio o rapaz está a dormir e quando chego a dormir está. Só ao fim-de-semana ou quando estou de folga é quando o vejo. Não o vejo a ir para a escola. A minha mulher é que faz de pai e de mãe. Sempre quis trabalhar como segurança?Comecei a trabalhar nesta área como brincadeira em 2000. Foi no dia 27 de Dezembro. Uns colegas desafiaram-me e entusiasmei-me. Agora gosto disto. Tenho o curso de electricista mas não faço caso dele. A minha mulher trabalha nas feiras e ajudo-a como vendedor ambulante. É um extra que faço para ajudar a sustentar a casa. Este fim-de-semana estou de folga aqui, mas vou para o Alentejo durante os três dias trabalhar em várias feiras. E se pudesse ter escolhido outra profissão?Eu tive várias hipóteses para trabalhar como electricista em prédios, por exemplo. Alguns colegas até quiseram que eu fosse para a polícia, mas eu prefiro ter tempo para ajudar os meus.Não tem tempo livres?Tempos livres não tenho nenhum e quando chega a altura do Verão chego a passar quinze dias a dormir apenas três horas por noite. Vendemos produtos alimentares e brinquedos para as crianças. Percorremos as feiras grandes. Começo a trabalhar na feira em Évora pelo São João. De Évora sigo para Setúbal, Sines, Grândola, Montemor, Alcácer e Vila Franca de Xira. Depois volto para o Alentejo outra vez. As feiras só acabam em Novembro. É nesta altura que temos que aproveitar para trabalhar.E férias?Férias não. Não há tempo para isso. A vida está difícil e é preciso aproveitar tudo. Lê jornais ou livros?Jornais. É um passatempo. Não consigo ler livros. Quando posso o que vejo são programas de televisão. Está previsto para breve um programa sobre a vida espiritual com a Júlia Pinheiro. Interessa-me porque a gente também trabalha nisso.

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