Concorrência chinesa afecta fábricas de artigos religiosos de Fátima
Visita do Papa no 13 de Maio não teve reflexos na produção de velas, imagens e outros artigos
Nos últimos anos tem-se verificado uma baixa no negócio. O produto chinês, com menos qualidade mas mais barato, tem roubado clientes.
Velas, terços, santos. Fátima é conhecida pela grande oferta de artigos religiosos, a maioria com a inevitável marca Made in China. Mas na zona também se fabricam artigos a pensar nos peregrinos. A Farup, fábrica específica de artigos religiosos, em Fátima, trabalha em resina sintética, fabricando sobretudo imagens religiosas e terços. A notícia da visita de Bento XVI não movimentou muito o mercado e a produção está dentro do que é habitual para esta época do ano. Quanto a artigos específicos alusivos à visita do Papa, a fábrica investiu apenas num terço referente à vinda de Bento XVI. Segundo indicado, as pessoas não têm procurado produtos relacionado com o Santo Padre. Nos últimos anos, o negócio tem estado um pouco parado, mas a concorrência chinesa não se faz notar, uma vez que o artigo vendido por esta fábrica é mais perfeito. Na Farfátima, empresa de artigos religiosos e regionais, em Fátima, o anúncio da visita papal também não influenciou as encomendas. O fabrico de imagens relacionadas com Fátima, em plástico, está dentro do que é habitual e a empresa não procurou criar artigos relacionados com Bento XVI. Segundo referiram a O MIRANTE, não justificava fazer moldes apenas devido à vinda do Santo Padre, uma vez que sai muito caro. Quanto ao impacto da concorrência chinesa, a Farfátima preferiu não se pronunciar, uma vez que também trabalha com importação de artigos provenientes da China. Embora neste caso se dedique mais aos artigos regionais. Na Marfilar, fábrica de artigos religiosos e decorativos que trabalha em marfinite, em Fátima, as encomendas também não sofreram alterações com a visita papal. A empresa faz sobretudo imagens relacionadas com Fátima e vários tipos de santos. Com a notícia da vinda de Bento XVI, o tipo de produção também não alterou, não havendo encomendas relacionadas com a figura do Papa. Os proprietários não quiseram apostar nessa oferta.Aqui a influência chinesa é mais evidente. Segundo indicado, nos últimos 10 anos o material que chega do Oriente, a preços irrisórios, afecta bastante a venda do artigo em marfinite produzido em Portugal, que é mais caro. Em 1999 trabalhavam na Marfilar 13 pessoas. Actualmente restam apenas duas. Na Faticer, a próxima peregrinação ainda não fez aumentar a procura dos artigos em cera (velas, imagens, entre outros), mas aguarda-se que com o aproximar da data talvez a produção venha a subir. A empresa não criou nada específico alusivo ao 13 de Maio deste ano, até porque não houve procura nesse sentido. Nos últimos anos tem-se verificado uma baixa no negócio. O produto chinês, com menos qualidade mas mais barato, tem retirado clientes a este sector. Não tão vocacionada para os artigos religiosos, mas a receber o impacto da visita do Papa, a Fatimpresse, empresa de brinde publicitários e promocionais, destacou que têm sido variados os pedidos direccionados para o 13 de Maio. As encomendas vêm da parte de comerciantes, hotéis, grupos corais ou lojas de artigos, para t-shirts, bandeiras, canetas, medalhas, lonas, entre diferentes produtos. A produção não é, porém, diferente de outros anos. Nesta época há sempre este tipo de procura, ainda que este ano esteja mais virada para a imagem de Bento XVI.
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