A possível instalação de um aviário de grandes dimensões numa quinta da freguesia de Casével, concelho de Santarém, está a gerar contestação entre moradores e autarcas da zona. Os maus cheiros que poderão emanar dessa unidade pecuária estão no centro das preocupações manifestadas na última sessão da Assembleia Municipal de Santarém pelo presidente da junta, Carlos Trigo (PSD). O autarca diz que a transferência dos aviários da vizinha vila de Pernes para a freguesia de Casével vai afectar a qualidade de vida da população, considerando essa medida como “um presente envenenado” para a sua freguesia. Apesar de as habitações mais próximas estarem a mais de 500 metros do local onde vai ser instalado o aviário, Carlos Trigo alega que “o que está na mente das pessoas” é o mau cheiro que se sente em redor de Pernes e que receiam vir a replicar-se em Casével.Na presença de alguns moradores da freguesia, o presidente da Junta de Freguesia de Casével apelou ao executivo camarário para se associar à luta da freguesia e que rectificasse a deliberação que viabilizou a instalação do aviário. Na resposta, o presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD), referiu que a decisão do executivo “tem de obedecer à lei”, sendo que a legislação estabelece que é possível autorizar a instalação de aviários desde que se situem a mais de 500 metros de um povoado. “E aquilo é a cerca de um quilómetro”, salientou.Moita Flores acrescentou que a decisão final não pertence à autarquia mas ao Ministério do Ambiente, limitando-se o executivo a dizer que a proposta cumpria a lei. “Acho que não se deve dramatizar porque esses cheiros não vão chegar a Casével”, concluiu o autarca.