uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Empresa do Sobralinho luta por novos negócios para manter postos de trabalho

Empresa do Sobralinho luta por novos negócios para manter postos de trabalho

Nova empresa funciona actualmente com 176 trabalhadores

A nova administração da Multiflow, antiga Budelpack, no Sobralinho, concelho de Vila Franca de Xira, está a laborar com 176 trabalhadores. O contrato com a Colgate prevê a diminuição da produção, mas já estão conquistados dois novos clientes.

A administração da empresa Multiflow, Produtos de Higiene e Limpeza S.A. (que substituiu a Budelpack Alverca Lda) na Estrada Nacional 10, no Sobralinho, concelho de Vila Franca de Xira, já conseguiu angariar dois novos clientes para estabilizar a firma e compensar a quebra de 45 por cento da produção para a Colgate (principal cliente e ex-proprietário).A empresa, que foi colocada à venda no ano passado, chegou a empregar 270 pessoas, entre funcionários e trabalhadores temporários. Tem actualmente 176 colaboradores, a maioria do concelho de Vila Franca de Xira. A firma (na altura ainda Budelpack) enfrentou graves dificuldades financeiras na sequência da descapitalização por parte da empresa mãe, mas foi comprada por quadros da firma que implementaram um plano de reorganização para a tornar mais competitiva.A Multiflow está já a laborar para um novo cliente na área de produtos industriais que são usados em lavandarias, hotéis e+ hospitais, uma área em que querem apostar. O outro cliente produz marcas brancas que fornece para supermercados como o Lidl e o Aldi. Ao contrário da Colgate os dois novos clientes não vão assegurar as matérias-primas, o que implicará um esforço adicional de fundo de maneio. Apesar do volume de produção para a Colgate baixar e de os novos clientes não compensarem a quebra de produção, José Roque de Pinho, um dos administradores e director financeiro, considera que a empresa está no bom caminho. “Quando agarrámos na empresa a situação era bastante má com dívidas a fornecedores e algumas ao Estado. As dívidas ao Estado e à Segurança Social estão resolvidas. As dívidas aos fornecedores, em relação ao ano passado, estão saldadas a 95 por cento”, esclarece. Os resultados operacionais de 2009 foram positivos, mas a empresa não registou lucros porque fez a anulação de créditos sobre empresas do grupo. Em 2010 também não estão previstos lucros operacionais. José Roque de Pinho lembra que é necessário adequar a força de trabalho às necessidades (o ideal andará por volta dos 160/166 trabalhadores) e também por isso a empresa vai manter o programa de incentivos para reformas antecipadas.A Comissão de Trabalhadores (ver caixa) queixa-se do congelamento de aumentos salariais e da redução dos subsídios de turno, mas a administração desvaloriza. “Estamos constantemente a negociar com a comissão de trabalhadores e com o sindicato - Sinquifa - no sentido de arranjar um ponto de equilíbrio aceitável. Não é viável pagar subsídios de turno quando a empresa não necessita”, justifica o administrador que considera positivo que a empresa tenha conseguido manter a maior parte dos postos de trabalho em tempo de crise. Desde Junho de 2009 que a empresa tem três novos proprietários, um holandês e dois portugueses (quadros da empresa): Janhein Pieterse, António Sousa Marques e José Roque Pinho. Entretanto surgiu um quarto administrador não executivo, José Maria Cabral Vozone.Trabalhadores preocupados com o futuro da empresaA Comissão de Trabalhadores da Multiflow manifesta-se preocupada com o futuro da empresa já que a Colgate, que era o principal cliente, reduziu 45 por cento dos pedidos, deslocalizando a produção para outros países da Europa. “São 30 milhões de unidades que vão embora. Vazio que outros clientes que apareçam dificilmente vão preencher”, alerta a Comissão.Ao contrário do que é habitual na empresa a Colgate assinou apenas um acordo de manutenção da produção nos novos moldes até ao fim do corrente ano, alerta a comissão que revela que já fez reuniões com os grupos parlamentares da Assembleia da República, assessor do primeiro ministro e com a deputada Ilda Figueiredo, alertando-os para o problema da deslocalização da produção que prejudica seriamente os trabalhadores portugueses. A comissão contesta ainda a forma como a administração está a negociar algumas saídas (no âmbito de um programa que visa incentivar a reforma antecipada sem perda de regalias), lembrando que quando se envolveu no negócio tinha conhecimento da idade dos trabalhadores. “Sem indemnização não há rescisão. A Comissão de trabalhadores tem vindo alertar os trabalhadores para não abdicarem dos seus direitos”.
Empresa do Sobralinho luta por novos negócios para manter postos de trabalho

Mais Notícias

    A carregar...