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Penitente Manuel Serra d’Aire

Também eu partilho da preocupação e indignação do seráfico senhor Pico de Abrantes, uma virtuosa ilha neste oceano de desvario e devassidão em que se tornou a nossa sociedade. Saber que há quem prefira ir a Fátima para comprar camisolas do Cristiano Ronaldo, quando se pode estar a dar graxa a Deus dando voltas ao santuário de rastos, a rezar o terço em latim ou a comprar velas para derreter é coisa que nem ao astuto Diabo lembra. Aliás, é intrigante como é que em Fátima conseguem erradicar os cães vadios das ruas (esse é um dos milagres que faz daquela uma terra única) e depois permitem que as lojas tenham à venda outra coisa que não seja imagens de Nossa Senhora, terços e outros artigos cristãos devidamente certificados pela Santa Madre Igreja. Cristiano Ronaldo a fazer concorrência a Nossa Senhora é um atentado à moral e aos bons costumes.E é ainda mais revoltante saber que os funcionários da limpeza encontram com regularidade preservativos usados nas imediações do santuário. Decididamente, a Igreja e os contraceptivos têm uma relação tempestuosa. E os fiéis peregrinos metem, literalmente, mais umas achas para a fogueira ao terem estes comportamentos indignos de gente temente a Deus. Se querem copular, façam-no em local mais recatado. Longe do repicar dos sinos da basílica e do cheiro a incenso, a léguas da capelinha das Aparições e das caixas de esmolas. Tenham tento na verga, seus hereges!Bem andou o padre da Chamusca que até se benzeu quando decidiu dar uma volta pelo parque da vila numa das noites das festas da Ascensão e deu com a juventude da terra engalfinhada no marmelanço. Senhor padre: há que pôr mãos à obra (salvo seja!). Só doses paquidérmicas de catequese podem tirar o Diabo do corpo a essa rapaziada com as hormonas em ebulição. Antes que seja tarde e decidam ir peregrinar a Fátima para fazer sabe-se lá que poucas-vergonhas. O que seria eticamente vergonhoso. O alerta do judicioso pároco não deve cair em saco roto, sob pena de regressarmos aos tempos de Sodoma e Gomorra. Depois não digam que não avisámos.Outra questão que me tem preocupado é o elevado grau de absentismo que se regista entre os trabalhadores das câmaras municipais. Olha-se para os números e constata-se que há ali um caso de saúde pública. Nalgumas câmaras, em média cada trabalhador meteu um mês de baixa médica. É urgente saber o que se passa, descobrir a razão desta epidemia altamente contagiosa. A ciência tem de dar uma resposta. E, se não conseguir, não custa nada pedir à Nossa Senhora que nos livre desse flagelo. Pode ser que esteja pelos ajustes…Saudações piedosas do Serafim das Neves

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