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Prédio devoluto está em deslocação e ameaça ruir

Moradores do edifício ao lado receiam pela sua segurança

Empresa contratada pela Câmara de Vila Franca de Xira confirma deslocação do prédio e do talude construído para suster avanço das terras e recomenda que LNEC avalie as condições de estabilidade de toda a encostaJorge Afonso da Silva

As dezasseis famílias que habitam o prédio (Lote 1), na Rua de Quinta de Santo Amaro na zona de Monte Gordo, concelho de Vila Franca de Xira, temem pela segurança uma vez que o Lote 2 – que está devoluto – descolou completamente dos restantes dois lotes e está em deslocação. A situação é ainda mais grave porque o talude construído pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira há cerca de seis anos – depois do construtor ter desaparecido – para tentar suster o avanço das terras da encosta, estar também a movimentar-se, continuando a fazer pressão sobre os prédios. Na ocasião a câmara gastou dezenas de milhares de euros mas, segundo os moradores, esqueceu-se de fazer as estacas que impedissem o avanço do talude.“Está tudo com o coração nas mãos. Os andares situados do lado direito ainda estão mais ou menos. Os do lado esquerdo (junto à zona de ruptura) estão com muitas falhas. Os moradores do sexto andar têm baldes por todo o lado e andam com guarda-chuva dentro de casa por causa das infiltrações de água”, alerta o administrador do Lote 1, Armando Gonçalves, acompanhado de outro morador, Gaudêncio Amaral, apontando para as fendas existentes no prédio.Os dois inquilinos alertam ainda para o perigo que representa a constante queda de pedaços de cimento que se vão soltando da fenda aberta ao longo de cerca de 50 metros de altura.O último relatório da Geotest (empresa contratada pela Câmara de Vila Franca para avaliar a situação) apresentado em Dezembro do ano passado, indica que se verifica em geral “um acréscimo de deslocamento significativo”. Referindo-se tanto à encosta onde está construído o talude assim como aos próprios edifícios.Face à evolução desfavorável, a empresa defende uma intervenção a curto prazo na área em estudo, tendo já transmitido essa ideia à autarquia. Recomenda “novamente a intervenção do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para, em conjunto com a Geotest, avaliar as condições de estabilidade de toda a encosta, de modo a definir-se as intervenções a realizar”.O assunto foi levado à última reunião de câmara pelo administrador do prédio. Armando Gonçalves já reuniu várias vezes com os técnicos da autarquia mas até agora não lhe foi dada uma resposta cabal. Os moradores estão dispostos a fazer obras no seu prédio mas não podem devido à instabilidade da zona. “Colocou-se a hipótese de demolir o prédio devoluto. Mas tecnicamente isso não é recomendável. A demolição pode afastar os outros dois (Lote 1 e 3) e causar danos ainda muito mais graves”, esclareceu o vice-presidente da autarquia, acrescentando que quem deve fazer os trabalhos de estabilização e regularização é o proprietário do mesmo. “Segundo indicações que temos é o Banco Montepio. Estamos a exercer influência necessária. Sem o Montepio não fazemos nada”, disse Alberto Mesquita.Sobre o talude o autarca tem mais dúvidas. “Não sei o que dizer, sendo que provavelmente terá que ser o Montepio a efectuar a obra. Mas é outro tipo de problema. Como e quem o vai resolver ainda não sabemos”, confessou. Para breve ficou a promessa de uma reunião com o banco e todos os intervenientes no processo para se tentar encontrar uma solução que já se arrasta há anos.

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