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Taxistas e comerciantes revoltados com degradação do Largo da Estação na Póvoa

Taxistas e comerciantes revoltados com degradação do Largo da Estação na Póvoa

Chão está levantado, sanitário é foco de doenças e taxistas não têm cobertura

O estado de degradação e abandono do Largo da Estação, na Póvoa de Santa Iria, está a revoltar taxistas e comerciantes que dizem que a zona “morreu”Jorge Afonso da Silva

Os taxistas e comerciantes do Largo da Estação, na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, estão revoltados com o estado de degradação e abandono a que o local está votado.O chão está levantado, foi colocado um sanitário amovível pela junta local que raramente é limpo, deitando um cheiro insuportável que incomoda comerciantes, taxistas e moradores. Os homens do volante são ainda obrigados a passar todo o dia ao sol pois não têm uma cobertura para as viaturas.“A casa de banho é um foco de doenças. Não vêm limpar nem desinfectar. Às vezes é a própria malta que vai buscar a água. Ninguém aguenta. Num país civilizado não se vê uma coisa destas. Era bom que viesse cá o delegado de saúde”, afirma Rui Costa, 55 anos, taxista há 14, que acrescenta. “Sobre o chão, devem estar à espera que salte uma pedra e que fira uma pessoa ou parta o vidro”, alerta o taxista.Estacionado ao seu lado está o colega António Soares. “Deviam colocar aqui uma cobertura como há em Vila Franca de Xira. Estamos aqui ao sol sem protecção nenhuma. Não temos condições. Já tivemos mais problemas com o trânsito. Mas a polícia ainda vem aqui de vez em quando e multa as pessoas que estacionam”, revela o taxista que conduz uma das sete viaturas que habitualmente operam naquele local.Elementos das várias cores políticas já visitaram a zona por diversas vezes e aproveitaram para tirar fotografias. Mas até agora nada foi feito. “Não sei se a própria máquina consegue arranjar isto”, ironiza o taxista em tom de revolta.“Vêm cá ver mas depois ninguém faz nada. Falei com a junta para vir colocar, ao menos, cimento. Passou-se o Inverno e o chão levantou todo. Isto está mesmo abandonado. Ninguém quer saber deste lado. É tudo lá para cima. Mas lá também é um dormitório. É uma cidade que não tem estruturas de cidade”, afirma Maria Helena Mota, 61 anos, moradora no Largo da Estação.A comerciante revela que, desde a altura em que se passou de duas para quatro vias-férreas – há cerca de 10 anos – a zona “praticamente morreu”. “Se não estivessem aqui os táxis, ninguém parava aqui. O progresso tem destas coisas”, lamenta, dizendo ainda que a própria estação apresenta vários problemas (vêr caixa).Sobre a eventual colocação de uma cobertura de protecção do sol para os taxistas, o presidente da junta da Póvoa de Santa Iria, Jorge Ribeiro, diz que essa questão nunca lhe foi colocada mas que é um assunto que se pode estudar. Em relação ao sanitário revela que foi a pedido dos próprios taxistas, mas garante que já o mandou retirar.O vereador com o pelouro das obras na câmara de Vila Franca de Xira assegura que dentro de dias o chão será alvo de uma intervenção. Rui Rei acrescenta ainda que aquela zona não pode ser alvo de obras profundas, uma vez que é abrangida pela candidatura a fundos europeus dos Eco-Bairros, que visa requalificar várias áreas da Póvoa.Só uma casa de banho a funcionarDepois de ouvirmos as queixas de comerciantes e taxistas do Largo da Estação, na Póvoa de Santa Iria, fomos até à estação – situada a cerca de 50 metros do local – e confirmámos que das três casas de banho existentes, apenas a que está colocada na plataforma 3 funciona, mas a troco de 20 cêntimos.Ao que apurámos no local, junto a um vendedor de bilhetes e de um proprietário de um quiosque, foi a própria CP que decidiu encerrar as casas de banho, devido a actos de vandalismo praticados no local. Quanto aos elevadores e às escadas rolantes, que segundo alguns taxistas e comerciantes estão frequentemente avariados, no dia da nossa passagem pelo espaço, sexta-feira, 21 de Maio, os mesmos estavam a funcionar perfeitamente.
Taxistas e comerciantes revoltados com degradação do Largo da Estação na Póvoa

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