Açudes da Agolada e do Monte da Barca com classificação de áreas protegidas
Áreas naturais deixam de ter rótulo de sítios classificados mas açude do Monte da Barca ainda continua com acesso condicionado
Os açudes da Agolada e do Monte da Barca, no concelho de Coruche, têm desde dia 23 de Julho a classificação de áreas protegidas de âmbito local, que vem substituir a de sítios classificados. A decisão da assembleia municipal ratifica a posição camarária e foi tomada por unanimidade.Após recurso a uma empresa que estudou a melhor classificação para as duas áreas naturais do concelho, e sob acompanhamento do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), a autarquia decidiu-se pela nova classificação. “O ICNB tem um papel cada vez mais reduzido em relação a estas paisagens, cabendo ao município a responsabilidade de gestão dessas áreas naturais, ainda que em terrenos privados”, salientou o presidente da autarquia, Dionísio Mendes (PS). Se no caso do açude da Agolada existe um acordo com o proprietário para a gestão, sobre regras mais apertadas, da frequência do espaço, no caso do açude do Monte da Barca o acesso continua condicionado devido à falta de acordo com os vários proprietários. Em Março de 2004 a área de lazer em torno do açude foi vandalizada, com árvores abatidas, mesas, bancos e fogareiros destruídos, caminhos de acesso bloqueados e danificados. Nunca foram identificados os responsáveis.A bancada da CDU aprovou a reclassificação dos açudes mas não deixa de criticar o destino dado à Agolada e a permissividade com quem manda no Monte da Barca. Segundo Fernando Serafim, o caminho de acesso ao Monte de Barca está bloqueado e os visitantes avisados com um letreiro com normas do código civil. Para si, as águas são públicas e os açudes não são dos proprietários.Para Armando Rodrigues, o acordo com o proprietário do açude da Agolada só traz vantagens para o próprio, enquanto a câmara arca com as responsabilidades. “Há que zelar pelos interesses da população e, quando se fala em gastar dinheiro, diga-se que o estudo encomendado pela câmara custou 15.400 euros”, revelou.O presidente da Câmara de Coruche diz que, no caso da Agolada, existe a gestão possível de uma área que é privada. Dionísio Mendes defende que a câmara está a aproveitar o que a legislação permite para tentar chegar a acordo com os proprietários do Monte da Barca, sabendo que é difícil conciliar interesses entre as partes. Sobre interesses, o deputado do MIC, Gonçalo Ferreira, considera que os espaços naturais são privados e que não se pode ter uma lógica de “ser público quando se quer usufruir e de ser privado quando há necessidade de fazer obras”.Para o presidente da Câmara de Coruche a gestão dos açudes é a possível. “No caso da Agolada fizemos um acordo judicial com o advogado da câmara, na gestão CDU, Chumbita Nunes. No caso do Monte da Barca existe um acesso bloqueado mas outros dois disponíveis do lado do Rebocho e mais acima do que o que está fechado, na estrada para Santana do Mato”, afirmou o autarca. Acrescenta esperar que o açude do Monte da Barca venha a ter uma gestão semelhante à da Agolada.
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