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O tocador de bombo da fanfarra que não arrisca malabarismos para não ficar mal na fotografia

O tocador de bombo da fanfarra que não arrisca malabarismos para não ficar mal na fotografia

Depois de uma sucessão de toques com as macetas no bombo Rui Carrilho levanta o joelho e passa uma das macetas por debaixo da perna. “Já me aleijei”, reclama depois de ter batido com os dedos na parte de madeira do bombo. Às vezes, durante as actuações, arrisca mandar a maceta ao ar. O problema é que nem sempre a consegue segurar. “Já aconteceu ter que ir buscá-la ao chão algumas vezes por isso não faço muito esse malabarismo. É falta de treino”, explica com um sorriso para justificar o facto de não querer arriscar esse número na demonstração que fez depois da conversa com O MIRANTE.Rui Carrilho tem 31 anos, é bombeiro de terceira classe da corporação dos Municipais de Coruche, onde também toca na fanfarra dos soldados da paz. O jovem é um dos cerca de três dezenas de elementos – dez bombeiros e vinte civis - da fanfarra dos Bombeiros Municipais de Coruche que vai actuar na noite de sexta-feira, 13 de Agosto, integrado nas festas em honra de Nossa Senhora do Castelo. Um percurso de aproximadamente um quilómetro num desfile que dura cerca de 80 minutos.A vontade de fazer bem e poder ajudar quem precisa levou-o a entrar para os bombeiros de Coruche com 19 anos. O ingresso na fanfarra aconteceu por brincadeira. “Um dia resolvi assistir a um ensaio com um amigo, experimentei e gostei. Depois fui treinando, sempre a tocar bombo. Foi o instrumento que mais me seduziu”, explica.O soldado da paz conta que nunca teve formação musical tendo aprendido a tocar bombo apenas “de ouvido” e com o colega que já tocava o mesmo instrumento na fanfarra. “O maestro também me deu algumas indicações como havia de tocar”, diz. “O importante é que se marque uma cadência no ritmo da música para não desafinar depois podem dar asas à imaginação, podem tocar como quiserem, desde que não desafinem”, explica o maestro e bombeiro Pedro Bacalhau que assistiu à entrevista.O bombo pesa cerca de dez quilos. O arnês, colocado nas costas, serve para segurar o bombo e mantê-lo direito à frente do músico. As fitas verdes e amarelas nas macetas servem para dar outro colorido à festa. No final da actuação há dores nas costas? “No final?! Até no meio da actuação as costas começam a dar de si. É um instrumento pesado e também como não ensaiamos tanto quanto gostaríamos é normal doerem-me as costas”, explica.A fanfarra dos bombeiros de Coruche foi criada para unir ainda mais os soldados da paz daquela corporação. O facto de não serem tantos quanto gostariam faz com que nem sempre possam actuar ou treinar. “Este ano já tivemos que desmarcar três espectáculos” diz. Mas dia de espectáculo é dia de convívio entre bombeiros. “Sempre que temos um desfile à noite reunimo-nos antes para uma jantarada”, conta Rui Carrilho.
O tocador de bombo da fanfarra que não arrisca malabarismos para não ficar mal na fotografia

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