Ainda não se nota que Samora Correia é cidade
Há um ano Samora Correia foi elevada à categoria de cidade mas a maior parte dos inquiridos acredita que a pouco e pouco isso se irá sentir. A chegada de novos moradores e de muitos imigrantes é bem aceite e a cidade torna-se, a pouco e pouco mais cosmopolita. As tradições taurinas continuam bem vincadas embora haja quem vá dando mais atenção a outras particularidades da festa anual. António Ascenso, 68 anos, empresário, Samora CorreiaPara António Ascenso, 68 anos, as possíveis vantagens da passagem de Samora Correia a cidade ainda não se sentiu no dia-a-dia da população. “Não mudou nada ainda. Está tudo na mesma como se fosse vila. Não houve melhoramentos nenhuns. Mas espero que futuramente traga benefícios para os cidadãos. O tempo o dirá”, refere esperançado o empresário do ramo da construção civil.António Ascenso reconhece que a terra que o acolheu há 46 anos tem crescido muito ao nível da população e garante que se entende bem com os novos residentes. Quanto às festas, as largadas de toiros e a procissão de domingo são o que mais gosta. “É bonito de ver quando se vai buscar a nossa senhora de Alcamé com os cabrestos das casas agrícolas”, revela o empresário.Lina Simões, 44 anos, empresária,Porto AltoLina Simões, 44 anos, acha que Samora Correia continua igual, mesmo tendo passado a ser uma cidade há cerca de um ano. “Até agora foi só uma alteração administrativa. Podemos vir a ter algumas vantagens a longo prazo. Para já não vejo nada de especial. No Porto Alto não se sentiu essa mudança”, revela a empresária.Lina Simões garante que convive bem e sem qualquer tipo de problema com os imigrantes e com os portugueses que decidiram mudar-se para a terra ribatejana. No entanto, acrescenta que, devido à crise e ao desemprego, alguns já se foram embora. Como costuma trabalhar durante o período das festas é-lhe difícil ir até ao recinto das festividades ver as largadas de toiros, o melhor das festas, apesar dos atrasos que às vezes se verificam.Margarida Pernes, 52 anos, empresária, Porto AltoNatural de Lamego, Margarida Pernes reside e trabalha no Porto Alto há mais de duas décadas. No seu entender, a mudança operada há um ano, com a passagem de Samora Correia a cidade, não trouxe nenhuma alteração significativa. “Há mais um ou dois bancos. Mais algumas lojas comerciais e cafés”, revela a empresária.Assegura que o número de habitantes aumentou bastante. Quer com imigran-tes, pessoas vindas de outros países, quer com portugueses que decidiram mudar-se para a terra ribatejana. Garante que convive bem com essa nova realidade.Adepta das festas da terra, sempre que pode desloca-se até ao recinto onde se realizam as tradicionais largadas de toiros, para assistir. “É bom de ver”, refere. Mas é das tasquinhas que gosta particularmente.Neuza Abreu, 27 anos, cabeleireira, Samora CorreiaNeuza Abreu, 27 anos, defende que Samora Correia não devia ter passado a cidade há cerca de um ano. “Basta não ter um hospital. E depois não trouxe mais vantagens para os cidadãos. Mas talvez tenha trazido para outras pessoas”, avança a cabeleireira.Para a jovem, o facto de Samora Correia ter recebido novos residentes e mais pessoas a estabelecerem-se na terra, não lhe cria qualquer tipo de problema uma vez que lida muito bem com essa situação.Costuma ir às festas e diz que, apesar de gostar, as largadas de toiros não são o mais interessante. A procissão é o momento que mais aprecia.Laura Cruz, 46 anos, comerciante, Porto Alto Nascida e criada no Porto Alto, Laura Cruz revela que não mudou nada em Samora Correia depois desta ter sido elevada a cidade. “Em ternos práticos não trouxe mais valias e benefícios para a população. Falta um hospital assim como outros serviços”, afirma a comerciante de 46 anos. No seu entender o facto de virem caras novas para a sua terra é uma coisa positiva e são sempre bem-vindas. Garante que lida e convive vem com essa situação cada vez mais recorrente.Laura Cruz afirma que quando tinha 20 anos as largadas de toiros eram o melhor da festa. Com o passar do tempo foi dando valor a outras coisas como o desfile etnográfico ou a procissão.Paula Nunes, 43 anos, empresária Samora CorreiaNatural de Coruche, Paula Nunes mudou-se para Samora Correia há cerca de uma década. Quando questionada sobre o que mudou na terra que a acolheu, a resposta é clara. “Por enquanto acho que ainda não mudou muita coisa. Não há grande diferença no último ano. Há muita falta de escolas, creches e muito ainda por fazer”, salienta.A empresária esteve emigrada em Inglaterra e sabe como é trabalhar num país que não o nosso. Concorda com a vinda de todos aqueles que vêm para trabalhar mas deixa um alerta. “Há muita gente imigrante que vem estragar um pouco Samora Correia e o país em geral”, afirma convicta.Revela que é uma aficionada da festa brava e como não poderia deixar de ser, para si, as largadas de toiros são de facto o mais importante das festividades.
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