
Nersant espera ter os cinco parques de negócios da região em funcionamento dentro de uma década
Presidente da CCDR Alentejo visitou Santarém e Rio Maior e ficou a conhecer os projectos com participação da associação empresarial
O presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém - Nersant, José Eduardo Carvalho, espera que dentro de uma década estejam em pleno funcionamento os cerca de 135 hectares destinados a lotes empresariais dos parques de negócios perspectivados para a região: Rio Maior, Torres Novas, Cartaxo-Santarém, Benavente e Fátima-Ourém.As expectativas de José Eduardo Carvalho foram manifestadas na segunda-feira, 30 de Agosto, durante a visita que o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA), João Cordovil, e o seu director de serviços, José Figueira Antunes, fizeram à região (ver caixa). José Eduardo Carvalho fez um ponto de situação dos cinco projectos e disse esperar que o tempo perdido na análise de processos relativos à alteração da classificação dos terrenos, e o seu licenciamento para fins empresariais e industriais, seja compensado por aprovações finais mais céleres e se avance rapidamente para a criação de infra-estruturas e instalação de empresas. “No período de tempo que decorreu já foram investidos 5,6 milhões de euros por accionistas, 21,6 milhões pelas sociedades gestoras e quase 60 milhões a cargo de empresas. Tudo isto sem ajuda de fundos comunitários”, sublinhou o presidente da Nersant. Nas instalações de DET – Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico, uma incubadora de empresas na Zona Industrial de Santarém, perante técnicos da Nersant e de Parques de Negócios do Vale do Tejo, João Cordovil ficou a conhecer melhor os projectos desenvolvidos pela Nersant, sob a sua liderança ou participação, e os projectos que estão em andamento e perspectivados para o futuro. No parque de Rio Maior as infra-estruturas estão praticamente concluídas e já está negociada a instalação de um posto de abastecimento da Petroibérica e de um centro logístico das Carnes Nobre. Em Torres Novas acabou o período de discussão pública do projecto, a que se segue aprovação em assembleia municipal. Recebe as plataformas logísticas do Lidl e da Digidelta. Em Fátima-Ourém há grande procura de lotes e alvarás atribuídos mas ainda falta alterar o uso do solo em sede de Plano Director Municipal. Há mais de 400 proprietários e expropriações administrativas por fazer.No Cartaxo já se procede ao corte dos primeiros eucaliptos para preparar o terreno referente à primeira fase da obra que está em fase de avaliação do estudo de impacte ambiental. A criação de um parque de ciência e tecnologia, a instalação da sede da Tagusgás e da empresa do ramo tecnológico YDreams são alguns dos projectos previstos para o local. Como este foi o último projecto desenvolvido, inclui uma área habitacional e inovações de carácter estrutural. UM NOVO CONCEITO DE ÁREAS EMPRESARIAISSegundo José Eduardo Carvalho é tempo de caminhar para um novo conceito de áreas empresariais e pôr fim a situações que se verificam em várias zonas industriais da região, onde pontificam lixeiras a céu aberto. Defende a construção de parques modernos, com empresas tecnológicas, onde se prestem serviços diversos, onde exista habitação e até novas formas de ordenamento e divisão dos lotes. O líder da Nersant não deixou de lamentar que o projecto do parque de negócios de Santarém, a construir junto ao do Cartaxo, esteja parado, a simbolizar o que tem sido a relação de Santarém com os projectos da associação empresarial.Para a presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais (PSD), a evolução das obras do parque de negócios torna mais visível junto dos potenciais investidores a possibilidade de concretizar investimentos. “Temos uma localização geográfica privilegiada e esperamos que o novo parque de negócios venha dar a Rio Maior um impacto positivo nos próximos anos”, comentou a autarca.Antes da visita às obras do parque de negócios de Rio Maior, a comitiva visitou o centro de estágios da cidade, num encontro guiado pelo administrador-executivo da Desmor – Complexo Desportivo de Rio Maior, Carlos Coutinho. Instalações que deixaram bem impressionado o presidente da CCDR Alentejo. Durante a reunião com João Cordovil, José Eduardo Carvalho teve oportunidade de mostrar o trabalho da Nersant ao longo de 15 anos, nomeadamente os grandes projectos de que a associação empresarial foi líder em parceria com várias câmaras municipais: o parque Almourol, o Terminal Multimodal do Vale do Tejo, a Garval – Sociedade de garantia Mútua, a Escola Profissional do Vale do Tejo, entre outros.Presidente da CCDR Alentejo vê dinâmica associativa e um líder com ideias na NersantO presidente da CCDR Alentejo, entidade da qual depende a sub-região da Lezíria do Tejo em matéria de fundos comunitários, disse a O MIRANTE que visitou a região essencialmente para aprofundar contactos com José Eduardo Carvalho. “Apercebi-me que há aqui grande vontade de fazer coisas e bem feitas. Vejo uma dinâmica que tem a ver com a instituição e com a pessoa que a lidera. Saio daqui um bocado mais documentado”, referiu.Para o líder da CCDR Alentejo, a relação entre o Alentejo e as comunidades intermunicipais da Lezíria e do Médio Tejo não se pode ver numa relação de vantagens ou desvantagens. “O que existe é um enquadramento determinado pelas entidades nacionais e comunitárias para um tratamento equitativo de regiões. Há um programa de co-financiamento comunitário que é para cumprir e aprovar os melhores projectos”, realçou.Presidente da CCDR Alentejo desde Fevereiro de 2010, João Cordovil, 59 anos, sucedeu a Maria Leal Monteiro. Foi vogal executivo da comissão directiva do Programa Operacional da Região do Alentejo (INAlentejo), no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e foi coordenador da Intervenção Desconcentrada do Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (QCAIII). É natural de Évora, reside em Safara, no concelho de Moura.
