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Cidadão Serafim das Neves

Cidadão Serafim das Neves

As comemorações do centenário da implantação da República deixaram-me em estado de dúvida. A confusão que se gerou com a representação simbólica do regime fez estremecer as minhas convicções. Vi de tudo um pouco nestes dias. A República de mamas revolucionariamente ao léu. A República de mamas repressivamente tapadas e até uma República a caminho da libertação, com uma dentro e outra fora. A República francesa é uma República ao natural. Bandeira e mamas ao vento, em total liberdade revolucionária. Isso já eu sabia. E a nossa República? É livre, semi-livre ou está ainda aprisionada? Questão de pormenor, dirão alguns. Coisa de somenos importância afirmarão os ignorantes. Para mim, trata-se de uma questão fulcral. Um slogan onde entram palavras tão importantes como Liberdade, Igualdade e Fraternidade, não pode ser ilustrado com a efígie de uma mulher pudica e recatada. Ou há liberdade ou não há. Ou há igualdade ou não há. Ou há fraternidade ou não há. Libertem a nossa República. Deixem-se de moralismos sacristas. Vivam as mamas republicanas!! Viva a Pátria!! Viva a Liberdade!!! Não podemos entrar no segundo centenário sem resolver este imbróglio mamário. Apelo aos sentimentos patrióticos de todos nós e lanço daqui uma abaixo-assinado em defesa de uma efígie de seios firmes e desnudados, bem condizente com aquela parte final do hino que nos manda marchar contra os canhões. Se o hino é glorioso, glorioso seja também o busto da nossa querida República. O Moita Flores quer cem mil assinaturas a favor das touradas. Eu quero dez milhões a favor das...enfim...da representação digna de um Portugal farto e generoso. Serafim, estou muito contente por ver que há políticos responsáveis que se preocupam com a dívida pública e que avançam com sugestões construtivas para que isso se concretize. Vê o exemplo dos presidentes das câmaras municipais de Santarém e Torres Novas, ao defenderem o fim dos Governos-Civis. A ideia tem barbas, como sabes. E os governos-civis não podem ser extintos, enquanto não desaparecerem da Constituição, o que ainda vai demorar uns anos. Mas fica sempre bem ouvir pessoas determinadas como Moita Flores e António Rodrigues, fazerem declarações de heroísmo político-económico, em tempo de austeridade. Ainda para mais quando se sabe que estão super-ocupados com as dívidas das autarquias que gerem. É de louvar. É de louvar. Calculo que a seguir venham defender o fim da Assembleia Distrital que também não pode ser extinta ou das Assembleias Municipais, que também vão ter que esperar pela revisão da Constituição apesar de poderem, desde já, ser substituídas com vantagem por tertúlias. Pela minha parte fico à espera para poder aplaudir e deixo um aviso aos maldizentes. Não esperem que eles acabem com os seus próprios assessores, adjuntos e chefes de gabinete. Isso seria pedir-lhes que contribuíssem para o aumento do desemprego e isso eles não fazem, não senhor. Não é por nada. É para evitar o agravamento da crise...pois claro!!!Não sei porque te admiras com o facto de o exame de admissão a lavador de carros na câmara do Entroncamento exigir conhecimentos de Lei das Finanças Locais, Constituição da República ou Atribuições das Autarquias Locais. Não me digas que também és daqueles que acreditas que uma viatura municipal pode ficar bem lavada se não levar um polimento dos vidros à base de folhas do Diário da República?Um bacalhau republicanoManuel Serra d'Aire
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