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Ministro assegura que financiamento da agricultura “não é problema”

Garantia deixada na inauguração da Feira de Frutos Secos em Torres Novas

O figo de Torres Novas, também conhecido como figo preto, mulato ou de capa-rota, aguarda há vários anos pela denominação de origem dadas as suas características únicas.

O ministro da Agricultura disse que o financiamento “não é um problema” para os agricultores que queiram penetrar nos mercados nacional e internacional, pedindo aos produtores que se organizem e profissionalizem a comercialização. António Serrano falava sexta-feira na inauguração da 25.ª Feira Nacional dos Frutos Secos e Passados, que decorre até dia 10 no pavilhão de exposições da Nersant, em Torres Novas.“Em certas alturas até há dinheiro a mais. Falta é organização”, disse o ministro, lembrando que o actual quadro comunitário de apoio disponibiliza 400 milhões de euros para um sector em que falta organização para responder às exigências do mercado. O ministro falava depois de ouvir o presidente da Associação Nacional de Frutos Secos e Passados (ANFSP), Pedro Ferreira, lamentar que o potencial do sector esteja a ser desperdiçado por falta de estratégia.Pedro Ferreira referiu a importância que a produção de figos teve no século XX, no concelho de Torres Novas – com 3300 produtores a comercializarem anualmente 7500 toneladas de figo, gerando 1,7 milhões de euros de receita – e as dificuldades que o sector teve em adaptar-se às regras da União Europeia.Segundo disse, hoje resistem “alguns nichos interessantes”, havendo algumas empresas locais de sucesso que fazem o aproveitamento do figo nomeadamente incorporando-o noutros produtos. Pedro Ferreira aproveitou para lembrar que o figo de Torres Novas, também conhecido como figo preto, mulato ou de capa-rota, “muito rico em pectina”, aguarda há vários anos pela denominação de origem dadas as suas características únicas.O presidente da ANPSP afirmou que a produção mundial anual de figos é de um milhão de toneladas, produzindo a Europa apenas 145 mil toneladas e Portugal, país com características excepcionais para a produção deste fruto, que ainda importa.Segundo disse, a associação tem procurado aproveitar os programas comunitários, havendo empresas com candidaturas aprovadas e a ter sucesso, referindo a importância da conciliação desta actividade com o agroturismo.O ministro afirmou que organizações como a feira que inaugurou servem também para sensibilizar os consumidores, pois “não há produção sustentável sem clientes”, e apelou às autarquias para serem elas próprias dinamizadoras de mercados locais que ponham os produtores directamente em contacto com os consumidores.Feira até dia 10 com 110 expositoresA Feira Nacional de Frutos Secos e Passados conta este ano com a presença de 110 expositores, uma trintena dos quais de produtores, na sua maioria do concelho de Torres Novas.Produtora de figos, preto e pingo de mel, uvas (que vende passadas), nozes e amêndoas, Maria Leal Lopes, 70 anos, disse que participa na feira, onde vende grande parte da sua produção, desde a primeira edição. No stand ao lado, José Gameiro, 69 anos, disse que esta é a primeira vez que vende a sua produção na feira, porque recusou o preço que os transformadores queriam pagar este ano.Além do consumo humano, fresco ou seco, o figo é usado na produção de vinagre e aguardente, ou, o de menor qualidade, na alimentação animal, sendo cada vez mais usado na confecção de doces ou em iogurtes.

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