A primeira banda a tocar o hino
Das 250 bandas filarmónicas que tocaram “A Portuguesa” em simultâneo, pelas 10h30, na terça-feira, 5 de Outubro, havia uma com responsabilidade acrescida: a banda da Associação Recreativa e Filarmónica Frazoeirense, de Frazoeira, Ferreira do Zêzere. A ressalva, que levou o maestro Alcides de Deus, o porta-estandarte António Duarte e os 30 músicos a alinharem-se 15 minutos antes da hora marcada, tinha uma forte razão de ser: esta banda, que comemora 169 anos no próximo domingo, foi a primeira a tocar o tema composto por Alfredo Keil, em 1891, e que viria a ser proclamado como hino nacional. Por esse motivo, no dia em que se comemorou os cem anos da implantação da República, o presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere, Jacinto Lopes, recebeu das mãos do presidente da Direcção e músico mais antigo da Filarmónica, José Maria da Silva, 77 anos, uma cópia da partitura de “A Portuguesa” escrita por Alfredo Keil e que foi oferecida à colectividade, em 2000, por um bisneto do compositor. “Entrei para a banda filarmónica em 1946 mas, por questões profissionais, fui para África, e voltei em 1975 quando a banda só tinha 9 elementos. Para que não morresse por completo fomos fazer a festa de Dornes e Paio Mendes com músicos contratados”, contou a O MIRANTE, momentos após a actuação e já depois da ordem para dispersar. Como era impossível continuar a pagar a músicos começou a ser permitida a entrada a meninas a partir dessa data. Actualmente a banda é composta por 45 elementos de várias idades, tendo o músico mais jovem 14 anos. “Tenho feito da filarmónica a minha segunda família, por vezes a primeira”, confessa José Maria da Silva que ainda retém na memória a ocasião em que a Banda Frazoeirense foi tocar à Assembleia da República.A cerimónia foi presenciada por alguns populares e contou ainda com a participação da GNR, do agrupamento de escuteiros e dos Bombeiros Voluntários de Ferreira do Zêzere. Todos os porta-estandartes das associações receberam do presidente da autarquia uma fita amarela que comprovou a sua participação nesta cerimónia, “simples mas cheia de dignidade” nas palavras de quem assistiu. Elsa Ribeiro Gonçalves
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