Fábrica de droga na Venda da Gaita funcionou um ano sem levantar suspeitas
Arrendatário do armazém nos arredores de Tomar está por localizar
Vizinhos notavam a presença de carros topo de gama mas pensavam tratar-se de uma fábrica de componentes para a indústria aeronáutica.
A Polícia Judiciária de Leiria continua à procura do arrendatário do armazém da Venda da Gaita, em Tomar, que durante um ano arrendou e utilizou este bloco industrial para cultivar uma estufa de cannabis, planta utilizada para o fabrico de haxixe, sem nunca levantar qualquer tipo de suspeitas. O indivíduo tem nacionalidade francesa e contava com a ajuda de um cúmplice, de nacionalidade belga. A PJ chegou à sua identificação através do contrato de arrendamento e da titularidade dos contratos de água e luz mas até ao momento ninguém foi detido. Os dois homens costumavam pernoitar no armazém da “TomarPlac”, empresa que fechou há três anos após o que o seu património foi vendido para pagar dívidas. O edifício, entretanto selado pela PJ, localiza-se numa zona industrial pelo que não há residências nas proximidades. Da parte exterior da unidade industrial são visíveis alguns aparelhos de ar condicionado que ajudavam a manter a temperatura e humidade propícia ao nascimento e crescimento das plantas. O MIRANTE procurou ouvir alguns moradores nas redondezas mas a resposta foi invariavelmente a mesma: ninguém viu ou sabe nada, apesar de notarem alguma movimentação de carros topo de gama, como por exemplo das marcas Ferrari ou Porsche Cayenne, especialmente no período nocturno. Foi um incêndio de origem desconhecida que “colocou a nu” a estufa de cannabis, na terça-feira, 28 de Setembro. Até ali, todos com quem falámos pensavam que se tratava de uma indústria que fabricava componentes para a indústria aeronáutica. Quando chegaram ao local, os Bombeiros Municipais de Tomar depararam-se com um pavilhão blindado, o que lhes dificultou a tarefa de combater as chamas. Já não foram a tempo de salvar das chamas um Ford Escort dos antigos (de valor comercial por se tratar de uma viatura clássica) e uma lancha de recreio com um valor de 3 mil euros, semelhante à que foi retirada para o exterior. De acordo com fonte dos bombeiros, o edifício funcionava com electricidade roubada directamente dos postes pelo que, a 20 de Agosto, já se tinha registado um incêndio no local, na sequência de um curto-circuito. Mas foi uma situação menor, resolvida facilmente pelo que, dessa vez, ninguém suspeitou do que estaria para além das portas do armazém. As investigações da Polícia Judiciária prosseguem pelo que as autoridades não querem, para já, dar mais informações sobre o andamento das mesmas.
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