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Uma associação cultural que nasceu para a música

Uma associação cultural que nasceu para a música

Banda de Ourém nasceu em 1930, fechou portas nos anos 60 e em 1971 foi reactivada

A colectividade tem o sonho de muitos anos de construir uma sede nova, mas por enquanto a conjuntura não é a mais adequada.

As origens remontam a 1930 como Banda de Vila Nova de Ourém. A Associação de música filarmónica impulsionada pelos ilustres da região, estreou-se em 1931 tendo como madrinha a banda de Alpiarça. Actuou por várias zonas de Portugal durante três décadas, mas acabou por morrer nos anos 60 devido à onda de emigração. “As chaves foram entregues à câmara municipal e o edifício transformou-se numa espécie de armazém”, conta o presidente da direcção da instituição, Avelino Subtil. Reactivada em 1971 com o “Chorus Auris”, veio progressivamente a integrar outros grupos, mudando finalmente, em 1999, o nome para Academia de Música Banda de Ourém (AMBO).“Isto é uma associação cultural, mas o grande mote da instituição é a música”. Depois do “Chorus Auris” nasceu o Coro Infantil/Juvenil, a Orquestra Típica, a Orquestra de Sopros, os Romeiros, a Escola de Dança e por fim, mais recentemente, o grupo de teatro “Alcateia”. “Isto não tem alunos, tem elementos. Isto não é uma escola oficial, há aulas mas são de forma informal”, explica. A formação oficial é facultada através da Ourearte, conservatório com quem a associação mantém uma parceria. Para as Orquestras de Sopros e Típica, que necessitam que os elementos saibam um instrumento, é que são facultadas aulas, mas pelos alunos mais velhos.No total, são já cerca de 300 os elementos que compõem todas as secções da AMBO. “Temos aumentado, mas no geral os grupos têm estabilizado”, diz Avelino Subtil. Para entrar, “basta aparecer”. As quotas são anuais, no valor de 10 euros para maiores de 16 anos e de 5 euros para os mais novos. “As pessoas aparecem nos dias de ensaios e depois orientam-se”. A única actividade paga são as aulas de dança, 30 euros mensais. Os principais problemas residem nas condições dos ensaios, resumidas ao velho espaço em Ourém. “Este é dos espaços culturais mais usados do concelho e nem sequer temos bar. Diariamente há aqui actividades, menos ao domingo”. O sonho de uma nova sedeA associação sobrevive com “dificuldades”, através de apoios de várias entidades oficiais, associações, particulares e empresas. “Temos o sonho de muitos anos de fazer uma sede nova, mas por enquanto a conjuntura não é a mais adequada. Portugal não está em condições para projectos deste género e em questões económicas a cultura é sempre o parente pobre”.A nível de eventos, o grande momento anual da AMBO é a FESTAMBO, Festival de Música e Dança de Ourém. Os grupos da AMBO estão ainda presentes em diversos eventos e concertos, dentro e fora do concelho. “Vamos promovendo vários espectáculos, mesmo as Janeiras, de porta em porta”.São ainda vários os projectos em curso. “Temos editados vários CD. Todos os grupos editaram pelo menos um”. Está ainda a ser preparada uma obra para os 75 anos da instituição e um bailado, em fase de acabamento. Da autoria de Nuno Leal, “A lenda da Oureana” é um projecto com dois anos que deverá subir à cena no próximo ano, com a participação da Escola Básica e Secundária de Ourém. “Há ainda outra obra em projecto, que é partir de um trabalho da Orquestra Típica, o CD “Memórias”, com temas do concelho, e adequá-lo a todas as bandas”.Tem-se procurado ainda incentivar intercâmbios com grupos da União Europeia, o que já sucedeu com países como Espanha ou França. Este ano a Orquestra Típica esteve em Itália, onde participou num Festival de Dança e Folclore. Pela AMBO passaram ainda alguns nomes que fizeram carreira na música, como os maestros José Marques e Ferreira da Silva, ambos do Exército. “Hoje temos já jovens no ensino superior e licenciados em música que começaram aqui”, afirma Avelino Subtil. E o que diria a alguém que quisesse integrar a AMBO? “Se gostas de música, se queres aprender um instrumento, vem. Se gostas de cantar, se queres aprender música, dança, canto, aparece na nossa sede”, responde o dirigente.Apresentadas obras de requalificação da AMBOO espaço interior da Academia de Música Banda de Ourém (AMBO), em Ourém, recebeu obras de requalificação. O resultado final foi apresentado ao público no dia 6. As portas foram calafetadas e procurou-se melhorar a nível de isolamento, de modo a evitar problemas com a vizinhança devido ao ruído. O palco foi remodelado, assim como as casas de banho. “Há ambições maiores, mas nesta altura um projecto diferente não é exequível”, explicou o presidente da direcção, Avelino Subtil.“Esta cerimónia tem muito significado porque tem em vista a melhoria das condições”, afirmou Carlos Batista, presidente da assembleia-geral da AMBO. “Este espaço tem uma história e Academia entendeu manter o espaço e requalificá-lo”. Presente na ocasião, o presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca (PS), classificou a AMBO como “uma associação de referência no concelho”, com raízes consolidadas e “muitas décadas ao serviço da cultura”. Apelou ainda a que se pondere com cuidado os investimentos, para que as obras se consolidem “e passemos décadas sem pensar nesse investimento”.
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