uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Carlos Oliveira o mais jovem internacional do futebol ribatejano

Do CADE para a Selecção Nacional de Juvenis foi um salto gigante

Em Casais de Igreja, Torres Novas, mora um dos principais fantasistas do Campeonato Nacional de Juvenis. Ao serviço do CADE – Clube Amador de Desportos do Entroncamento, Carlos Oliveira tem-se assumido como um dos protagonistas da Série C da competição e chegou à internacionalização ao serviço da Selecção Nacional de Sub 16.

Aos dezasseis anos, Carlos Oliveira já apresenta sinais de poder vir a singrar no futebol português. Para já, as atenções estão centradas no Campeonato Nacional de Juvenis, mas o virtuoso jogador cometeu a proeza de ao serviço de um clube do interior ser chamado à Selecção Nacional de Sub 16 vestindo a camisola das quinas quatro vezes.As boas condições proporcionadas pelo CADE ao nível da formação, são reconhecidas e sublinhadas no momento de enunciar as razões para uma ascensão segura, na sua ainda curta carreira.Carlos Oliveira começou a sua carreira nas escolinhas da Casa do Benfica em Torres Novas. No primeiro ano de infantil jogou na Escola de Futebol de Alcanena, no segundo ano de infantis surgiu o CADE, onde está até agora. “No CADE evoluí muito, encontrei treinadores exigentes que me conseguiram incutir outra motivação e pensar noutros horizontes”, garante.Numa fase disputada praticamente a dois (entre SL Benfica e Sporting CP), Cade surge como uma agradável surpresa, principalmente em termos exibicionais. A equipa ultrapassou todas as expectativas e só o Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal fizeram melhor, sinal de que a equipa tem feito um trabalho ao nível dos melhores da competição. “Temos uma excelente equipa e um bom grupo que me ajudou a chegar a internacional”, diz em jeito de agradecimento o jovem Carlos Oliveira. Não sendo propriamente um matador, Carlos Oliveira é um jogador de características marcadamente ofensivas. É um médio ofensivo que joga descaído para o lado direito ou esquerdo. “Jogo razoavelmente bem com os dois pés, daí jogar umas vezes na direita, outras na esquerda”. Referiu.Não é fácil, nem muito natural, um jovem de um clube do interior chegar à Selecção Nacional e à internacionalização. Por isso a proeza de Carlos Oliveira é digna de registo. “Tenho consciência de que não é fácil, mas também sei que actualmente existem algumas montras onde somos mais vistos. Integrei as selecções distritais e estivemos no Torneio Lopes da Silva, onde a Selecção de Santarém fez uma boa prova. Sei que logo a partir daí fiquei referenciado pelos treinadores da Federação. Mas a chamada para o estágio foi uma grande surpresa e uma grande satisfação”, garante o jovem internacional. Para o estágio foram chamados 36 jogadores, a maioria dos grandes clubes de Lisboa e do Porto, Carlos Oliveira foi com a vontade de mostrar o seu futebol e impor-se perante os treinadores. “Não tenho palavras para descrever a emoção e a alegria que senti, quando o mister me informou que ia integrar o grupo que ia disputar o torneio a França. Ainda eufórico cheguei cá fora e telefonei logo para o meu pai e para a minha mãe a dar-lhes a novidade, quis comungar com eles que tanto me têm apoiado na minha alegria”.Depois foi a ida para França. “Foi a primeira vez que andei de avião e na altura senti um friozinho no estômago, mas rapidamente ultrapassei essa situação. Depois veio a alegria maior ainda, que foi quando o mister me chamou para jogar. Senti alguns nervos, mas a vontade e a emoção de representar Portugal ultrapassou tudo o que um jovem da minha idade pode sentir”, diz com uma pontinha de emoção ainda na voz.“Sei o que valho como jogador. Sei que ainda tenho que evoluir muito para chegar ao topo, mas estou disposto a trabalhar sem limitações para vir a ser jogador de futebol”, diz com convicção Carlos Oliveira, que curiosamente ainda não teve convite de qualquer outro clube para sair do CADE. “Neste momento sinto-me bem no CADE, e não penso noutro clube qualquer, se ele aparecer logo se vê, os treinadores do CADE são muito bons e o grupo de trabalho é excelente, sinto-me bem e ali também tenho possibilidades de progredir”, garante.Apesar do desgaste que sofre para jogar e treinar Carlos Oliveira não se queixa. Vive em Casais de Igreja, estuda em Alcanena e treina e joga no Entroncamento e agora esteve quinze dias na selecção mas os estudos não se têm ressentido. “Sou um estudante regular, nas alturas necessárias arranja-se sempre um tempo para estudar, a escola está primeiro. Agradeço a ajuda dos meus colegas e dos professores que me têm ajudado a recuperar este tempo que estive na selecção”, diz agradecido.Para este fã confesso de alguns dos melhores jogadores nacionais e internacionais. Considerado um jogador explosivo, rápido e forte no 1x1, ambidestro e criativo, o jogador quer efectivamente ser jogador de futebol e resiste quando lhe perguntam qual é o clube do seu coração. “Tenho a minha preferência, mas o que eu quero é ir longe no futebol seja em que clube for”, garante.Na hora de escolher os ídolos, não faz por menos e elege Xavi e Iniesta como os exemplos a seguir. “Não como jogadores a imitar, quero ser eu próprio como jogador e a minha força de vontade vai ser mesmo essa”, referiu com entusiasmo.Determinado em seguir as pisadas dos grandes jogadores, Carlos Oliveira vai conotando-se como um dos jogadores mais entusiasmantes do campeonato. A manter este nível, o CADE parece ter garantida a continuidade de um futebol de qualidade. “Estou integrado num excelente grupo no CADE, e vou trabalhar para continuarmos a lutar pela passagem à segunda fase do Campeonato Nacional de Juvenis. Na selecção Atingimos os objectivos, conseguimos um lugar no pódio, fomos terceiros atrás da França e da Holanda, o treinador ficou satisfeito e no final incentivou-nos a continuar a trabalhar porque vamos continuar a ser acompanhados e podemos ser chamados em próximas convocatórias”.

Mais Notícias

    A carregar...