A Câmara de Rio Maior vai passar a ser proprietária da estação de tratamento de efluentes suinícolas que está instalada desde 1992 na freguesia de Alcobertas. O executivo municipal aprovou aceitar a doação decidida pela Associação para o Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros (ADSAICA), proprietária do equipamento desde 1990, em assembleia-geral de 29 de Setembro. Com o negócio a autarquia riomaiorense, proprietária do terreno onde está instalada a estação de tratamento, pretende pôr fim a anos de abandono e degradação que têm causado problemas ambientais e constrangimentos aos suinicultores. Ainda segundo a presidente da autarquia, Isaura Morais, a Junta de Freguesia de Alcobertas está disposta a assumir a gestão da estação, localizada em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC).Durante a reunião de câmara, Isaura Morais lembrou que a estação deve ser economicamente sustentável e ter capacidade para receber e valorizar resíduos recebidos de pecuárias e de lagares de azeite. De fora fica, para já, a possibilidade de produção de biogás, a partir dos gases dos efluentes, para posterior venda à rede nacional. Para o vereador do PS, Carlos Nazaré, a Câmara de Rio Maior mostra algum voluntarismo e não calcula os custos associados à recuperação da estação de tratamento, permitindo que a ADSAICA se livre de um problema. “Havia que fazer um estudo técnico e de viabilidade económica e encontrar parcerias em vez de se avançar prematuramente com esta matéria sem se estudarem as questões”, comentou o vereador que, como os restantes vereadores do PS, acabou por votar a favor da proposta pelo facto de ter sido a Junta de Alcobertas a pedir para gerir o equipamentos.O vice-presidente da câmara, Carlos Frazão lembrou que a autarquia é que tem a “batata quente na mão” pelo facto de a estação se situar no território do concelho e de poder vir a sujeitar-se a pesadas multas do Ministério do Ambiente. “A recuperação da ETAR aponta para um investimento de 100 mil euros, estando a Junta de Alcobertas disponível para fazer a exploração e rentabilização do equipamento. Dos 100 mil euros inicialmente necessários, 60 mil não serão precisos uma vez que a junta tem tractor e cisterna para fazer parte do trabalho em vez de o ter de adquirir. De resto, a venda de estrume seco para o sector da floricultura será mais que suficiente para suportar as despesas com o funcionamento da estação”, analisou Carlos Frazão, realçando que é preciso defender os interesses do município e dos suinicultores. A estação de tratamento de efluentes suinícolas de Alcobertas foi criada em 1990 pela ADSAICA, entidade que envolve sete municípios da área do PNSAC, para resolver os problemas de poluição causados pelos efluentes criados pelas suiniculturas.