Protocolo para financiamento do projecto da cultura avieira
Seis municípios da região vão investir num projecto coordenado pelo Politécnico de Santarém
A recuperação de aldeias avieiras junto ao Tejo é um dos objectivos do projecto, que prevê outros investimentos designadamente nas áreas da hotelaria e turismo.
O Instituto Politécnico de Santarém (IPS) assinou sexta-feira com seis municípios da região um protocolo para garantir o co-financiamento do Projecto de Desenvolvimento da Cultura Avieira do Tejo e do Sado, cuja candidatura a fundos comunitários foi aprovada há dois meses.O projecto, orçado em 387,6 mil euros, terá uma comparticipação de 70 por cento (261,3 mil euros), garantida pela candidatura ao Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (PROVERE), cabendo os restantes 30 por cento aos promotores.João Serrano, coordenador do projecto, disse esperar que outras autarquias se possam associar ao esforço de co-financiamento, sublinhando que este envolvimento público garante a diminuição da percepção de risco, incentivando os investimentos privados.O protocolo assinado envolve o IPS e as câmaras municipais de Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Cartaxo, Salvaterra de Magos e Santarém, estando os municípios de Vila Nova da Barquinha, Constância e Marinha Grande a analisar a possibilidade de aderir ao projecto, disse.João Serrano congratulou-se com o facto de a sessão ter contado com a presença de uma representante da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, esperando que possam agora avançar as parcerias com essa entidade e com as autarquias abrangidas pelo projecto.Segundo disse, o envolvimento destes parceiros é fundamental, não só no esforço de co-financiamento dos projectos previstos no processo, como também na obtenção dos licenciamentos para as intervenções nas aldeias avieiras.O IPS tem liderado a candidatura da cultura avieira a património cultural, por entender que o legado deixado nas margens do Tejo pelas populações de pescadores que nos finais do século XIX e princípios do século XX migraram da costa constitui um património que deve ser preservado e aproveitado do ponto de vista turístico.A formalização da ideia ocorreu em 2007, tendo, a partir daí, vindo a envolver um número crescente de pessoas e instituições, existindo já numerosos trabalhos de investigação sobre a cultura avieira, que ajudarão a fomentar o projecto, em curso em universidades e politécnicos de todo o país, frisou o presidente do IPS, Jorge Justino.Projecto envolve 39 instituiçõesO projecto conta já com 39 instituições parceiras, 20 das quais privadas, estando identificados 56 projectos de investimento, em áreas como hotelaria, turismo (fluvial e religioso), recuperação de aldeias avieiras, observatórios de aves, entre outros. João Serrano disse que o objectivo é, até 2013, conseguir concretizar todos os projectos, de forma a aproveitar todos os fundos disponíveis no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).Os projectos prevêem um investimento da ordem dos 30 milhões de euros e a criação de 140 postos de trabalho directos e 260 indirectos. O objectivo é criar um novo destino turístico em Portugal, através de uma rota que vai da Marina do Parque das Nações, na foz do Tejo, em Lisboa, até Constância, e que poderá ser percorrida por via fluvial e/ou terrestre, disse.Para construção da marca avieira, os promotores do projeto vão contar com a colaboração do Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing de Lisboa (IADE), que, a partir de hoje, começa a trabalhar com as entidades parceiras seguindo uma metodologia inovadora criada pelos seus investigadores.
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