“Com as novas taxas revelou-se o verdadeiro objectivo da Câmara de Torres Novas: taxar tudo o que mexe ou que faz mexer o concelho”. Quem o afirma é a CDU de Torres Novas que convocou na sexta-feira, 26 de Novembro, uma conferência de imprensa para denunciar que a autarquia torrejana tomou várias medidas “e prepara-se para tomar outras” que vão afectar negativamente a vida da população. “O PS aumentou mais de cem taxas e criou mais de 250 novas taxas, inventando taxas para as situações mais inconcebíveis”, referem, dando alguns exemplos de taxas que consideram caricatas porque não são exequíveis, como a taxa de publicidade aérea (mensagens que passam em avionetas), em provas de degustação ou que “os cartazes a anunciar o baile popular” pendurados no poste também vão ser taxados. “Com o andar da carruagem qualquer dia até para pisar as pedras da calçada o desgraçado do cidadão vai ter que pagar taxa”, ironizou Carlos Tomé, vereador da CDU na autarquia torrejana. Com base no novo regulamento de taxas, a CDU refere que quem quiser construir ou fazer obras em casa vai pagar mais, agravando-se ainda as taxas no comércio, na vida das associações, colectividades e clubes do concelho. De acordo com contas de Manuel Ligeiro, das 611 taxas actualmente em vigor, 200 (35%) são novas. Das existentes, 42% aumentaram e 22% baixaram ou mantiveram o valor. “Nada justifica este aumento desmesurado das taxas. É um erro”, aponta Manuel Ligeiro. A CDU toma ainda uma atitude firme em relação ao estacionamento pago que resulta da “ausência de uma política de trânsito”. De acordo com Ramiro Silva, a cidade tinha um conjunto de parques que se fossem devidamente aproveitados poderiam vir a ser utilizados como parque de estacionamento como, por exemplo, o parque junto às piscinas. “A câmara vai instalar parquímetros na cidade e cobrar taxas de estacionamento em diversos locais sem que tenha havido qualquer estudo ou sequer qualquer abordagem por mínima que fosse sobre a verdadeira necessidade de tal medida. É mais uma taxa que os munícipes vão ter de suportar”, referem.De acordo com a CDU, “para agravar ainda mais a situação”, a Câmara e a Assembleia Municipal de Torres Novas aprovaram também a taxa máxima do IMI, ou seja do imposto sobre imóveis. “Todas estas medidas são justificadas pela câmara com a alegada necessidade de equilibrar as suas contas. Ou seja, a câmara vai cobrar ao martirizado cidadão aquilo que ela própria não poupa. Em vez de reduzir as suas próprias despesas, caminha no sentido contrário e toma a mais fácil das decisões: aumenta as taxas e reduz os subsídios”, denunciam.