Desmor com orçamento de 2,2 milhões de euros
Empresa municipal que gere o complexo desportivo vai receber da câmara menos 170 mil euros que em 2010
Vereadores do PS votaram contra dizendo que o documento apresenta “uma série de confusões entre competências da Desmor e da câmara e apresenta soluções de legalidade duvidosa”.
A empresa municipal Desmor – Complexo Desportivo de Rio Maior, deverá receber em 2011 menos 170 mil euros no âmbito do contrato-programa a celebrar com a autarquia. A previsão está contemplada na proposta de orçamento da Desmor para 2011 que foi aprovada por maioria em reunião do executivo camarário. Com a presidente da autarquia, Isaura Morais (PSD), ausente da discussão por ser também presidente do conselho de administração da Desmor, a proposta foi aprovada com o voto de qualidade do vice-presidente, Carlos Frazão, em face dos três votos contra dos vereadores do PS. O orçamento ascende a 2,2 milhões de euros dos quais 1,5 milhões de euros deverão corresponder a receitas próprias.Durante a discussão do assunto, o administrador executivo da Desmor teve oportunidade de responder a uma série de perguntas e dúvidas colocadas pelo vereador socialista Guilherme Gaboleiro. Quis saber, entre muitas outras matérias, o que são os serviços de medicina desportiva e de enquadramento técnico previstos, os valores de actualização de tarifários das instalações desportivas, as contratações efectuadas e o seu custo para a empresa. Guilherme Gaboleiro quis também saber para que vão servir duas novas viaturas ao serviço da empresa, a previsão de custos de mais de 100 mil euros com pessoal, 15 mil euros em comissões, além de 81.200 euros em outras remunerações. “Em relação aos prémios de produtividade, estão previstos 30 mil euros para seis funcionários do serviço de apoio técnico, 13.160 euros para 20 funcionários do centro de estágios e 4.800 euros para 15 funcionários das piscinas, enquanto os restantes não tem direito a nada”, referiu o vereador, questionando ainda o porquê da realização de um contrato de oito anos com o técnico Sérgio Santos.Carlos Coutinho revelou que a Desmor pretende ter um serviço médico permanente no centro de estágio, aliviando os clubes do concelho e as famílias de atletas das despesas em médicos particulares com a realização de exames médico-desportivos. Referiu que foram contratados novos funcionários para preencher lacunas, em termos de turnos e rotatividade de pessoal, no centro de estágios. Quanto às viaturas adquiridas em aluguer operacional, trata-se de um Fiat Punto Comercial e de um Toyota Verso de sete lugares, para transporte de atletas de e para o aeroporto, evitando a contratação de um operador de transporte ou empresas. Em relação a 15 mil euros de comissões, Carlos Coutinho esclareceu que são pagamentos previstos a empresas angariadoras de estágios internacionais a fazer com base numa tabela da Desmor e não em valor definido pela empresa, como era feito anteriormente, explicou.O administrador executivo da Desmor lembrou que os prémios de produtividade estão previstos na empresa desde 2003. Revelou ainda que está assinado um contrato até 2016 com a Confederação Brasileira de Triatlo que vale 120 mil euros por ano à Desmor e que o contrato com o técnico Sérgio Santos, por um período de oito anos, tem em conta o ciclo olímpico.Apesar das muitas explicações, o PS manteve a intenção de chumbar o orçamento. Para Carlos Nazaré o documento apresenta “uma série de confusões entre competências da Desmor e da câmara, apresenta soluções de legalidade duvidosa, prémios e comissões, contratos fora da tutela e superiores ao período do mandato”, que justificam voto contra.
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