João Correia abandona Secretaria de Estado da Justiça
Desfecho confirmou-se um dia depois da entrevista publicada em O MIRANTE, onde dizia que a sua missão no Governo estava esgotada
Um dia depois de ter sido publicada a entrevista em O MIRANTE onde dizia que a sua missão na Secretaria de Estado da Justiça estava esgotada, o advogado João Correia saiu do cargo de secretário de Estado da Justiça. O desfecho, já esperado, confirmou-se na sexta-feira, 26 de Novembro. Trata-se da primeira baixa no Governo de José SócratesEm entrevista a O MIRANTE, na edição de 25 de Novembro, o jurista com escritório em Santarém afirmou que o seu trabalho no Ministério da Justiça estava concluído. “Vim para aqui com uma missão, que está completada. A reforma do processo civil está praticamente completada. O mapa judiciário está completado. A lei da arbitragem voluntária está concretizada. Os tribunais de competência especializada que estavam previstos para Santarém, estão no Parlamento. Todas as reformas que eu entendi, enquanto pessoa relacionada com o mundo judiciário, tinham sido completadas. E eu não estou aqui para fazer a gestão corrente. A minha vida é a advocacia”, disse João Correia.Na mesma entrevista, João Correia criticou de forma cáustica o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, reeleito sexta-feira, por se ter manifestado contra a criação de um Tribunal da Relação em Santarém, como é vontade do Ministério da Justiça.“É porque ele não sabe o que é um processo judicial. Se fosse advogado, sabia o que é um processo judicial. Mas ele não é advogado. Ele é mais vosso colega do que advogado. É mais comentador do que advogado. A segunda instância é definitiva, é decisiva e é fundamental em Portugal. Criar segundas instâncias não é mal nenhum para o nosso povo. Só mesmo quem não percebe nada do processo, nada de cidadania, é que pode fazer uma afirmação dessas”, afirmou João Correia.Marinho Pinto não perdeu oportunidade de devolver os “mimos” e no sábado reagiu à saída de João Correia do Governo, dizendo que se trata de uma boa notícia para o país e para a justiça. O bastonário, citado em vários órgãos de comunicação social nacional, disse que João Correia "nunca devia ter entrado para o Governo". "Ele mandou construir tribunais em Santarém só porque é de lá. Obriga as pessoas a andar 100 quilómetros. Se calhar, vai para presidente da Câmara de Santarém", comentou o bastonário, citado no Correio da Manhã. Sobre as críticas de João Correia, Marinho e Pinto foi taxativo: "Ele nunca digeriu a derrota de 2004, aquando das eleições para a Ordem dos Advogados."
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