O presidente da Câmara de Santarém criticou esta segunda-feira o Governo por não incluir no Orçamento de Estado para 2011 qualquer verba para as obras de consolidação das encostas da cidade. “É das nossas obras mais estratégicas e mais necessárias”, referiu Francisco Moita Flores durante a reunião do executivo, lembrando que dos 30 milhões de euros estimados para concretizar o projecto global, ao Governo cabe pouco mais de cinco milhões, já que a maior parte do investimento é financiada pela União Europeia e uma pequena parte pelo município e por particulares.Com alguma ironia, Moita Flores dirigiu-se ao vereador do PS António Carmo pedindo-lhe que procurasse obter informações junto do Governo socialista que o ajudassem a compreender por que é que a administração central não considera a questão das barreiras uma prioridade. “É uma vergonha amoral retirarem as barreiras de Santarém do Orçamento de Estado”, reforçou.O autarca diz que, face a essa realidade, a Câmara de Santarém também não colocou qualquer verba para esse fim no seu orçamento. “Quando me vierem com perguntas sobre as barreiras vou reencaminhá-los para o PS, porque eu não sei responder”, disse Moita Flores, recordando que o assunto é levantado regularmente na assembleia municipal por eleitos dos partidos da oposição.António Carmo subscreveu as preocupações, mas quanto a ser interlocutor junto do Governo devolveu o repto a Moita Flores referindo que este tem tido relações excelentes com o Governo e “terá mais facilidades do que eu, que sou um mero vereador sem pelouros e militante de base” do PS.