Foi a segunda paragem no primeiro “Rally das Adegas” da freguesia de Chãos, Ferreira do Zêzere. Leonel Teodoro da Silva, 64 anos, recebeu na sua adega um grupo de curiosos pelos vinhos da terra, que acompanharam o tinto com algumas azeitonas e tremoços. A adega, recorda, foi noutros tempos propriedade de um alfaiate que também dava uns toques na marcenaria e fazia caixões. No início dos anos 80, chegado de França, resolveu plantar uma vinha. “Era motorista numa firma, tratava da vinha aos fins-de-semana”, explica. Mas esta “é uma vida miserável, não dá para nada”. Em cerca de 30 anos as produções têm sido sempre boas, com excepção de um ano em que uma chuva em Agosto estragou todas as produções da vizinhança. “A fase melhor é provar o vinho”, comenta rindo. A vida destes produtores mudou com o encerramento da Cooperativa de Tomar. Actualmente tentam escoar e vender as uvas. “Agora vou bebendo e vou vendendo”, diz. O Rally das Adegas, organizado pela Junta de Freguesia de Chãos, foi uma “boa ideia”, um evento interessante para dinamizar a terra. “As pessoas até podem guardar as canecas para recordação”, comenta, apontando para o pequeno copo de barro que foi oferecido a todos os participantes para provarem o vinho em cada adega. “Contava com mais gente”, refere, “mas vieram muitas pessoas de fora, do resto do concelho”. “É melhor beber um copo de vinho deste que uma cerveja”.Foram sete as adegas que o grupo de 45 pessoas percorreu na tarde de sábado. “Temos muito vinho, temos que o dar a conhecer”, comentou Jorge Silva, presidente da Junta de Freguesia de Chãos. A adesão foi “razoável”, na primeira edição que pretendia mostrar um pouco do que se faz na terra e que se quer continuar. “Falámos com os produtores um a um e pedimos-lhes que dessem apenas a provar o vinho de um pipo”, explicou. No final do “rally”, os participantes votaram o melhor vinho. Em cada adega, o vinho foi acompanhado de um petisco diferente. Cláudia Gameiro