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O menino de Alhandra que apresenta um programa de jogos na televisão

Gonçalo Morais é actor do grupo de teatro “Esteiros” e toca na banda da freguesia

É Gonçalo Morais - o menino de 26 anos de Alhandra - que dá a cara no espaço playstation do programa Curto Circuito, na Sic Radical. É técnico superior de cardiopneumologia e trabalha para a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira na avaliação das condições físicas aos utentes seniores das piscinas. Ainda tem tempo para o teatro nos “Esteiros” e para a música na Banda Filarmónica da Sociedade Euterpe Alhandrense.

Gonçalo Morais, 26 anos, apresenta todas as sextas-feiras o espaço playstation do programa Curto Circuito (CC), que passa diariamente na Sic Radical. Esta é apenas uma das actividades que preenchem o dia-a-dia do jovem de Alhandra. Além do trabalho diário que mantém na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ainda frequenta um curso pós-laboral de formação de actores em teatro, em Lisboa, participa nos ensaios da Banda Filarmónica da Sociedade Euterpe Alhandrense e no grupo de teatro amador “Esteiros” da mesma colectividade. “Não me vejo de outra maneira. Preciso de ter a vida preenchida de forma a aprender e a enriquecer-me”, revela o alhandrense que depois dos primeiros quatro anos de vida passados em A-dos-Loucos foi morar para Alhandra, concelho Vila Franca de Xira. Estreou-se como actor no grupo “Esteiros”, aos 10 anos, com a peça “A Forja”, de Alves Redol. “Era um papel pequenino mas acabou por se revelar importante”, conta o jovem que esteve sempre ligado ao teatro desde tenra idade. “Os meus pais são actores desde a criação do grupo e por isso eu era o miúdo que vinha para os ensaios e andava a chatear toda a gente”, relembra. Na escola também participava nas peças que se realizavam no Natal. Já era um jovem quando o encenador de “Esteiros”, João Santos Lopes, o convidou para entrar numa peça da sua autoria. “Desde a peça «Sill Life» nunca mais parei de actuar. Seguiram-se outras, como “A Dança da Vida” que me marcou porque subi ao palco para representar com os meus pais, Isabel Teresa e Joaquim Morais. É uma experiência muito engraçada e gratificante”, conta o jovem que neste momento está novamente em cima do palco com os pais na peça “Mãos de Fumo e Lama”, uma adaptação de João Santos Lopes dos romances “Esteiros” e “Engrenagem”, de Soeiro Pereira Gomes, no âmbito da comemoração do centenário do nascimento do autor. Gonçalo Morais também toca clarinete há 15 anos na Banda Filarmónica da Sociedade Euterpre Alhandrense. Tirou o 5º grau de clarinete no Conservatório Regional Silva Marques, da Sociedade Euterpe Alhandrense. Depois de seguir um percurso académico normal Gonçalo Morais escolheu o curso de Cardiopneumologia, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. “Mal acabei o curso fiquei desempregado, ultrapassei um período difícil, mas resolvi não baixar os braços e continuei nos Esteiros e na Banda Filarmónica”. Chegou a trabalhar como DJ e barman no Villa Rio, em Alhandra, nos meses de Verão e a dar aulas de música. Em 2008 surgiram os castings para o novo apresentador do Curto-Circuito. Gonçalo Morais foi um dos dois finalistas, mas perdeu. Mesmo assim foi convidado pelos produtores do CC para apresentar um noticiário curto e mais tarde passou a ser o rosto do Espaço PlayStation do programa (ver caixa).Neste momento trabalha na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Faz a avaliação das condições físicas aos utentes seniores das piscinas. “É deste emprego que vivo. As restantes actividades são hobbies que quero manter enquanto conseguir”. Está ainda a tirar um curso pós-laboral de formação teatral de actores. “Quero não só aprender, mas também mostrar trabalho. Quando trabalhamos com profissionais que já estão na área temos sempre a esperança que alguém repare em nós. O que é difícil é romper, entrar no meio. Vejo tanta gente que se mantém na televisão e não tem qualquer talento. Os valores no mundo da arte estão trocados”, desabafa. De segunda-feira a quinta-feira tem o seu emprego normal. À noite, às segundas, terças e quartas, frequenta o curso de formação teatral em Lisboa. Às quintas-feiras tem ensaio da banda e à sexta-feira dos “Esteiros”. “O fim-de-semana é para as compras, limpeza da casa e para a namorada”, conta a rir-se. “Não me vejo parado. Durante uns meses não consegui ir aos ensaios da Banda Filarmónica porque me magoei e não conseguia tocar. Depois de regressar é que reparei na falta que a música me estava a fazer. Ficar em casa também sabe bem, mas prefiro sair porque aprendo sempre algo”, conta. O jovem alhandrense não esconde o sonho de ser actor a tempo inteiro. “Amo o teatro, mas é muito difícil conseguir viver só do teatro”, reconhece.A aventura de Gonçalo Morais no Curto-CircuitoEm 2008, quando o recém formado técnico de cardiopneumologia se viu desempregado, reparou num anúncio para um casting de apresentador do programa Curto Circuito da Sic Radical. “Quase por brincadeira resolvi concorrer. A minha namorada ajudou-me com as fotografias que enviámos para o programa”, conta Gonçalo Morais. Foi um dos dois finalistas, mas perdeu o lugar para Rui Pêgo, filho da apresentadora Júlia Pinheiro. Uma semana depois acabou por ser convidado para apresentar um noticiário de cinco minutos que passava sempre no final do CC. Em Setembro de 2009 voltou a ser contactado pela produção para ser o novo rosto do espaço playstation. “Não hesitei. Já sabiam que eu sou viciado em jogos. É quase a minha segunda natureza. Estou sempre a par de todas as novidades que vão saindo”. Há mais de um ano que Gonçalo Morais ruma a Lisboa todas as sextas-feiras para apresentar o programa durante 30 minutos. “Quero provar aos produtores que podem apostar mais em mim. Já substitui algumas vezes um apresentador que não conseguiu estar presente. Até já cheguei a substituir o DJ do programa. As críticas são sempre tão boas que fico com a esperança que me chamem para ser um dos apresentadores residentes. Neste momento é esse um dos meus desejos”.

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