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Santos da terra

Há quem defenda que santos da terra não fazem milagres. Em boa verdade nem sempre é assim. Em Santarém o Instituto Bernardo Santareno já premiou por duas vezes um homem da terra chamado Vicente Batalha que é, ao mesmo tempo, presidente do Instituto com o mesmo nome do prémio e co-organizador da referida iniciativa em conjunto com a Câmara Municipal de Santarém.Não ponho em causa a justiça dos prémios e os méritos da atribuição. O que me espanta é ver Vicente Batalha, presidente do Instituto Bernardo Santareno, aceitar por duas vezes, em cinco edições, os referidos prémios; e espanta-me mais ainda o descaramento de quem decidiu atribuí-los, sabendo que esta atitude é condenável com todas as letras em qualquer lugar do mundo.Há uma falta de humildade, e de noção do ridículo, em certa gente que apregoa a prática de bons costumes e depois só faz asneiras. Se os prémios são para terem valor e serem reconhecidos não podem ser atribuídos aos da casa. Principalmente aos que dão a cara pela organização dos prémios como é o caso de Vicente Batalha. Dizer ou escrever mais sobre o assunto já é “bater no ceguinho”.Uma senhora da aldeia resolveu construir um forno de cozer pão ao fundo do seu quintal. O fumo que saía do forno incomodava o vizinho mas nada a fazer. Rendido aos argumentos de que o fumo vai para onde manda o vento, o vizinho resolveu voltar a fazer queixa ao presidente da câmara argumentando, desta vez que, com o calor do forno, o muro que dividia as propriedades começava a ceder.O presidente da câmara chamou a senhora e tentou sensibilizá-la para o problema. A senhora perguntou muito educadamente; ó senhor presidente a gente não pode fazer o que quer naquilo que é nosso? Ao que o presidente respondeu; poder pode mas há limites para tudo conforme sabe da experiência que tem da vida. Está bem, vou pensar, respondeu a senhora para o presidente da câmara, deixando-o a matutar na maneira tão serena como lhe virou as costas e prometeu meditar. Três meses depois a senhora já tinha construído um novo forno a meio do quintal e continuou a cozer o seu pão todas as semanas. O vizinho, inconformado, continuava a bater à porta do presidente da câmara fazendo queixa que o forno ainda lá estava de pedra e cal encostado ao muro do seu quintal. Um dia a senhora apareceu à frente do presidente da câmara e deu-lhe conta que o problema do forno estava resolvido pois já tinha construído um novo a meio do quintal. O presidente mostrou-se espantado e retorquiu: muito me conta, então construiu um novo e não deitou o outro abaixo? Ao que ela lhe respondeu: não, meu caro, deixe-o estar que o tijolo e o cimento foram pagos na hora, e se o deito abaixo fico com o pé do vizinho no meu pescoço até morrer. JAE

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